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Tenho a impressão de que Dilma é uma senhora correta e honesta, diz Temer

Em entrevista ao SBT, o presidente comentou que não acredita que a ex-presidente seja alguém que chegou ao governo para se "apropriar das coisas públicas"

Temer: presidente fez um balanço sobre seu governo no programa de entrevistas (SBT/Reprodução)

Temer: presidente fez um balanço sobre seu governo no programa de entrevistas (SBT/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2018 às 12h03.

São Paulo — Em entrevista ao programa Poder em Foco, do SBT, na madrugada desta segunda-feira (17), o presidente Michel Temer saiu em defesa de sua antecessora, a ex-presidente Dilma Rousseff.

"Eu tenho a impressão de que ela é uma senhora correta, honesta. Eu não tenho essa impressão de que ela seja alguém que chegou ao governo para se apropriar das coisas públicas. Nunca tive essa impressão e confesso que continuo não tendo", disse ao programa.

Temer assumiu o governo brasileiro em 2016, após encerrar o processo de impeachment de Dilma, acusada de pedaladas fiscais. O partido do atual presidente, o MDB, foi um dos articuladores do impeachment, principalmente pela atuação do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB).

Futuro governo

Em relação ao futuro governo de Jair Bolsonaro, Temer disse que tem um expectativa positiva. "Na democracia é assim, há um dado momento em que o povo quer mudar tudo. Quando Lula foi eleito, foi assim. E mudaram. E essa mudança persistiu por vários anos. Agora optou-se por uma forma digamos assim, contra tudo que estava aí", comentou.

O presidente disse acreditar o próximo governo votará a reforma da Previdência no começo do ano que vem. Segundo ele, a escolha de Sérgio Moro para o Ministério da Justiça foi uma boa decisão para Bolsonaro, mas disse não saber qual será o resultado para Moro.

"Acho que ele prestou um relevante serviço e, segundo as concepções dele, decidiu prestar esse serviço ao Ministério da Justiça. Para o Bolsonaro, foi ótimo. Para o Moro, não sei dizer qual será o resultado", refutou.

Baixa popularidade

Questionado sobre sua baixa popularidade, que atualmente está em torno de 5%, Temer disse que há dois aspectos para se levar em conta.

"Há o aspecto político e há o aspecto moral. E eu confesso que me pegaram no aspecto moral. [...] Vocês não ignoram que houve uma campanha de, digamos, 12 horas por dia, todos os jornais televisivos que dedicavam ao menos 20 minutos durante praticamente um ano e isso influencia a opinião pública", explicou.

Segundo ele, no futuro próximo que já começou, o reconhecimento popular virá. "Tenho tido certeza que fizemos o melhor", completou.

Denúncias da JBS

Em relação às denúncias de corrupção envolvendo Joesley Batista da JBS, Temer refroçou que o caso foi uma armação para impedir a aprovação da reforma da Previdência.

 “Quando eu sair da presidência, o foco não será mais político, vai para o foco jurídico. Não é nem preocupação minha, nem dos advogados. Essa denúncia gerou duas manifestações da Câmara como se fosse um pedido de impeachment. E o que a Câmara fez? Negou”, disse.

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