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Tempestade Akará: fenômeno forma ondas de até 4 metros e representa risco para navegação no Sul

Ciclone subtropical desenvolveu a condição climática durante o final do domingo e as primeiras horas desta segunda-feira

Chuva no Sul: temporal deve afetar o Rio Grande do Sul e Santa Catarina (CPTEC/INPE/Reprodução)

Chuva no Sul: temporal deve afetar o Rio Grande do Sul e Santa Catarina (CPTEC/INPE/Reprodução)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 19 de fevereiro de 2024 às 16h30.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2024 às 16h41.

A Marinha do Brasil classificou a evolução do ciclone subtropical na costa Sul do país como tempestade tropical Akará. O fenômeno desenvolveu a condição climática durante o final do domingo e as primeiras horas desta segunda-feira. No entanto, segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, a condição não deve se transformar em um furacão.

A tempestade foi nomeada de acordo com a lista oficial de ciclones anômalos (subtropicais ou tropicais) estabelecida pela Marinha para o Brasil. A tempestade no Sul do país recebeu o primeiro nome da nova listagem e foi denominado de tempestade tropical Akará, nome de origem Tupi inspirado em uma espécie de peixe de água doce.

O sistema se encontra em alto-mar, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, na Região Sul, e não deve se aproximar da costa, de acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina. O fenômeno havia sido identificado pela Marinha na última sexta-feira, na costa do estado do Rio de Janeiro.

A tempestade Akará seguirá avançando no sentido Sul, a leste do Sul do país, nesta primeira metade da semana, explica o MetSul Meteorologia. De acordo com as projeções computadorizadas, a tempestade atípica permaneceria todo o tempo em mar aberto.

Assim, perderá força gradualmente devido à temperatura da água, que se encontra mais baixa em relação à costa do Sudeste, onde se originou. O sistema meteorológico é caracterizado como raro, já que, diferentemente da maioria dos ciclones que afetam a América do Sul, a formação apresenta aspectos tropicais.

A última vez que um ciclone atípico recebeu uma nomenclatura costa do Brasil foi há dois anos com o Yakecan, de acordo com o MetSul Meteorologia. Este foi uma tempestade de natureza subtropical e avançou do Sul para a costa gaúcha, passando rente ao litoral, o que gerou estragos. Uma pessoa morreu no Uruguai e outra em Porto Alegre, e cerca de um milhão ficaram sem energia no Rio Grande do Sul.

Na última sexta-feira, a Marinha do Brasil emitiu um alerta sobre a formação de uma depressão subtropical em alto-mar, que se tornou o Akará.

Impactos do Akará

A tempestade tropical está distante do território, portanto, não apresenta risco para a população em terra firme. O impacto mais significativo é esperado em alto-mar, onde há expectativa de ondas entre 3,0 e 4,0 metros de altura, o que aumenta a ameaça para navegação e pesca.

Com isso, um impacto que pode ser sentido na costa é agitação marítima com ondas mais altas. Mesmo o risco de uma ressaca maior não é alto, uma vez que, pelas características e a intensidade do vento em torno do centro de circulação do fenômeno, o swell não seria expressivo como nos ciclones extratropicais de inverno.

Ainda de acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina, as proximidades do litoral catarinense não sofrerão com as influências do ciclone e a ondulação permanece com direção sudeste e variando entre 1,5 e 2,0 metros. Além disso, a previsão indica que os ventos podem soprar com intensidade moderada, alcançando entre 20 km/h e 30 km/h, e rajadas de até 50 km/h, não havendo riscos.

De acordo com o MetSul Meteorologia, outra possibilidade atrelada a este ciclone para o continente é gerar uma instabilidade isolada. Nuvens a partir do fenômeno podem trazer nebulosidade para o continente que, interagindo com o ar quente, causam chuva isolada e ocasionalmente temporais localizados.

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