TEMER E ABE, NO G-20: na pauta do encontro estão troca de experiências sobre a organização dos Jogos Olímpicos / Presidência da República
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2016 às 19h32.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h00.
Começa nesta terça-feira a visita oficial do presidente Michel Temer ao Japão. É a primeira vez que um chefe de estado brasileiro vai até o país — importante aliado histórico — desde que Lula fez uma visita em 2005. Mais de 180.000 brasileiros vivem no Japão e o Brasil é sede da maior comunidade nipônica em terras estrangeiras, com cerca de 1,6 milhão de japoneses. Em 2015, o comércio entre os países movimentou pouco menos de 40 bilhões de reais.
O presidente se encontrará com o primeiro-ministro Shinzo Abe e com o imperador Akihito. A intenção é trabalhar junto com o Japão para que ambos os países ganhem importância no cenário global, já que são líderes regionais. Junto com Alemanha e Índia, os dois tentam uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, o colegiado mais importante da organização. O Brasil também tenta abrir mercado para a exportação de alimentos e minérios, e deve cooperar com o Japão com a expertise para a realização das Olimpíadas de Tóquio, em 2020, depois de organizar a Rio 2016 sem maiores incidentes.
Com a visita, Temer também quer turbinar os valores investidos pelos japoneses no Brasil. O governo acabou de lançar o Programa de Parceria de Investimentos para destravar projetos e concessões na área de infraestrutura e o presidente apresentará as oportunidades para empresários do país em um encontro amanhã. No ano passado, o Japão foi o sexto país que mais aportou investimentos diretos no Brasil, com cerca de 11 bilhões de reais.
Além de tudo, a visita é uma chance de encerrar com um mal-estar diplomático que vem se estendendo desde 2013. Naquele ano, a presidente Dilma Rousseff cancelou uma visita ao país apenas uma semana antes da data prevista por causa dos protestos que tomaram as ruas brasileiras. No final do ano passado, Dilma cancelou novamente uma viagem que faria para o Japão, dessa vez pelo agravamento da crise interna.
A ex-presidente já havia deixado o príncipe Akishino esperando por 20 minutos antes de uma reunião no Planalto. O próprio Michel Temer causou polêmica ao não receber o primeiro-ministro Shinzo Abe na visita que ele fez ao Rio de Janeiro para o encerramento das Olimpíadas. Para não ser vaiado na cerimônia, o presidente preferiu não se deslocar para a cidade. É uma boa chance para melhorar a nossa imagem e ainda buscar dinheiro para tirar o Brasil do buraco.