Temer: vai a Mendoza para Cúpula do Mercosul (Ueslei Marcelino/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 20 de julho de 2017 às 10h06.
Última atualização em 20 de julho de 2017 às 11h04.
Enquanto turistas brasileiros cancelam viagens de férias à Argentina por causa da neve recorde, o presidente Michel Temer embarca hoje em direção ao frio. Ele vai a Mendoza, para a 50ª Reunião do Conselho do Mercado Comum e Cúpula do Mercosul e Estados Associados. Será o marco de chegada do Brasil à presidência do grupo, sucedendo a Argentina.
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Segundo o Itamaraty, a ideia é desenhar uma continuidade do trabalho de eliminar barreiras comerciais entre os países e, em especial, ampliar acordos com outros blocos econômicos. A União Europeia é o alvo favorito. As conversas com o bloco datam de 1999, mas nunca chegaram a um destino final que interessasse às partes. Em maio, o contato foi retomado. Há uma janela de oportunidade interessante de intensificar o comércio em reação à onda protecionista nos Estados Unidos, sob governo de Donald Trump, e ao Brexit, no Reino Unido.
A agenda de abertura de fronteiras esbarra nas dúvidas a respeito da Venezuela. O país, integrante do Mercosul, vive uma violenta crise política, cujos protestos de oposição ao presidente Nicolás Maduro deixaram cerca de 100 mortos. O porta-voz do presidente, Alexandre Parola disse que Temer quer levar ao encontro a “vocação para a integração econômico-comercial e para o fortalecimento da democracia e da defesa e promoção dos direitos humanos na região”.
Temer tenta, sobretudo, melhorar sua política externa, que balança tanto quanto a pinguela governamental. Como retratou reportagem de EXAME Hoje no mês passado, o peemdebista decidiu de última hora ir ao encontro do G20 na Alemanha, pressionado por assessores e pelo Itamaraty, como forma de passar ares de uma normalidade no Brasil. Falhou miseravelmente. Temer foi inúmeras vezes escanteado em painéis de governantes e deu declarações dignas de quem vive em outro planeta. Chegou a negar que há crise no Brasil. Um pouco mais de realismo há de fazer bem ao país no frio de Mendoza.