Michel Temer: um número muito menor de chefes de Estado e de governo do que o esperado inicialmente virá, com apenas 28 confirmados (Reuters/Adriano Machado)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2016 às 13h06.
Rio de Janeiro - O presidente interino Michel Temer tem legitimidade para receber chefes de Estado na abertura da Olimpíada na sexta-feira, mesmo sem ainda ter sido efetivado no cargo, afirmou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que vê com naturalidade a possibilidade de vaias ao atual líder do país na cerimônia no Maracanã.
Chefes de Estado de vários países já começaram a chegar ao Brasil para participar da abertura oficial dos Jogos.
Ainda em meio a uma situação política indefinida, um número muito menor de chefes de Estado e de governo do que o esperado inicialmente virá, com apenas 28 confirmados, e houve pouco interesse em encontros bilaterais com Temer, disseram à Reuters na quarta-feira fontes do governo.
Padilha garantiu nesta quinta-feira que não haverá nenhum tipo de constrangimento por parte de Temer, embora alguns chefes de Estado tenham evitado vir para a abertura por causa da situação política do Brasil.
Temer assumiu interinamente a Presidência em maio, após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, alvo de um processo de impeachment que deve ser concluído no fim de agosto.
“Absolutamente não há nenhum (constrangimento). A Consituição da República diz que nos impedimentos do presidente da República assume o vice que passa a ser o presidente“, disse Padilha a jornalistas na abertura da Casa Brasil, na região central do Rio.
“Portanto, ele está no pleno exercício da Presidência em que pese haver a interinidade pelo afastamento da presidente titular.”
O ministro acrescentou ainda que tem ouvido de muitos congressistas manifestações de que “deverá ser sim confirmado o afastamento “da presidente Dilma Rousseff".
Dilma afirmou que iria participar da cerimônia de abertura dos Jogos, mas depois alegou que não iria para ficar numa posição secundária.
Padilha citou o escritor Nelson Rodrigues, para justificar as vaias que serão destinadas as autoridades presentes na cerimônia de abertura. O escritor cunhou a célebre frase que diz que no Maracanã se vaia até minuto de silêncio.
“Nós estamos preparados para ser o caso de ouvir a manifestação democrática, livre e aberta dos brasileiros”, disse.
“Não há da parte do governo nenhuma temeridade e contrariedade a livre manifestação”, acrescentou.