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Temer se comporta como efetivo mesmo antes do impeachment

Michel Temer já começou a promover recepções no Planalto e fazer promessas a parlamentares antes do julgamento final do impeachment no Senado


	Michel Temer: interino teve de dividir o tempo entre negociar votos pelo impeachment e apaziguar crise com aliados do PSDB
 (Reuters/Adriano Machado)

Michel Temer: interino teve de dividir o tempo entre negociar votos pelo impeachment e apaziguar crise com aliados do PSDB (Reuters/Adriano Machado)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2016 às 09h52.

Brasília - Com atenção voltada ao placar do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado, o presidente em exercício Michel Temer atendeu na quarta-feira, 24, parlamentares e comandou uma solenidade no salão nobre do Palácio do Planalto, na qual distribuiu afagos e usou seu discurso para fazer promessas, se comportando como se já estivesse efetivado no cargo.

O julgamento final da petista começa nesta quinta-feira, 25, no Senado.

O dia e as negociações para consolidar o placar do impeachment, no entanto, acabaram sendo atropelados pela animosidade criada com o PSDB e o DEM, que se rebelaram contra o aumento do Judiciário e exigiram do Planalto um posicionamento contra o reajuste de salários dos servidores.

Ao fim da tarde, porém, o governo obteve uma vitória no Senado, com a aprovação, em segundo turno, por 54 votos, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que recria a Desvinculação de Receitas da União (DRU).

Em uma demonstração clara de sua preocupação com o futuro, Temer permaneceu no Palácio do Planalto até a madrugada de quarta-feira, 24, acompanhando a aprovação do texto-base da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017 no Congresso, que incluía o teto de gastos, considerada peça fundamental para o ajuste fiscal. Dois destaques que faltavam para concluir a votação não puderam ser votados por falta de quórum.

Reajuste

Por causa desta votação, o jantar que estava marcado na casa do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi transferido para a noite de quarta-feira, 24.

O encontro ganhou um ingrediente a mais no cardápio, com os depoimentos públicos de tucanos cobrando do Planalto que o partido do presidente em exercício, o PMDB, assim como os outros da base, rechaçassem a proposta de aumento do Judiciário, em razão do impacto do reajuste no Orçamento da União.

Além de concentrar esforços recebendo deputados e senadores em seu gabinete para assegurar os pelo menos 54 votos necessários para aprovar o afastamento definitivo de Dilma, Temer acabou abrindo espaço em sua agenda para discutir a crise com os tucanos, ao receber o senador José Aníbal (PSDB-SP).

'Autoridades'

Temer esteve ainda com o senador Eduardo Amorim (PSC-CE) e, durante a cerimônia de lançamento do Plano Agro Mais, no palácio, em um salão repleto de parlamentares, fez questão de agradecer em seu discurso a presença de "tantas autoridades".

No início de seu discurso, Temer comentou sua vontade de criar um órgão especializado em desburocratizar o País. "O que o País mais precisa é eficiência", afirmou o presidente em exercício, que, em seguida, dirigiu a palavra a um dos senadores que estavam na plateia, Waldemir Moka (PMDB-MS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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