Rodrigo Maia: o deputado vem criticando repetidamente o que considera ser um uso exagerado de medidas provisórias (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 14 de novembro de 2017 às 13h41.
Rio de Janeiro - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira que o presidente Michel Temer acaba se colocando à frente da democracia representativa com o excesso de medidas provisórias editadas pelo Executivo.
Maia, que vem criticando repetidamente o que considera ser um uso exagerado de medidas provisórias, disse que na hora das decisões difíceis, Temer tem optado pelo caminho mais fácil das MPs.
"O que fico preocupado é com essa interferência do Executivo no Legislativo e é muito ruim você ter uma pauta quase toda monopolizada", disse o deputado no Rio de Janeiro.
"A relação do governo é de muito diálogo, mas na hora da decisão escolhe MP e não sei por que, mas talvez seja a busca por um caminho mais fácil", acrescentou.
"Todo mundo fica com o caminho mais fácil... A MP tem efeito imediato e (isso) não é bom porque a democracia representativa está na Câmara e quando o governo decide sozinho o presidente se coloca à frente de toda sociedade brasileira... aliás acho até que nem deveria existir MP."
No mês passado, Maia disse que iria passar a devolver as medidas provisórias enviadas pelo governo que não tivessem caracterizadas sua urgência e relevância, depois de responsabilizar o governo pela falta de quórum para a votação de uma MP. [nL2N1MM0GB]
Sobre a reforma ministerial, que o governo anunciou na véspera que será feita e deve ser concluída até meados de dezembro, Maia disse que é preciso esperar para se avaliar os efeitos sobre o Congresso.
"Tem que esperar os próximos movimentos do governo e não sei a sequência que ele vai dar na reforma ministerial para saber" como fica a base governista, disse o presidente da Câmara.
Na segunda-feira, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, pediu demissão do cargo, precipitando a já esperada reforma ministerial.[nL1N1NJ254]
Segundo Maia, seu partido, o DEM, que hoje comando o Ministério da Educação, "não pediu nenhum cargo na reforma".