Michel Temer: a doação milionária para o PMDB teria sido pedida pelo PT, segundo Sérgio Machado, para as eleições de 2014 (Reuters/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2016 às 17h35.
São Paulo e Brasília - Em um dos termos de sua delação, denominado "acordo PMDB-PT", o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou que o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) reassumiu a presidência da legenda, em 2014, para "controlar a destinação dos recursos do partido".
Sérgio Machado narrou uma suposta reclamação da bancada peemedebista na Câmara sobre uma doação de R$ 40 milhões do grupo alimentício JBS aos senadores do partido.
O depoimento de Sérgio Machado foi prestado em 6 de maio e divulgado nesta quarta-feira, 15.
"Essa informação chegou ao conhecimento da bancada do PMDB na Câmara; que bancada da Câmara foi se queixou a Michel Temer; que esse fato fez com que Michel Temer reassumisse a presidência do PMDB visando controlar a destinação dos recursos do partido; que o depoente não sabe dizer se o grupo JBS obteve algum favorecimento em troca dessa doação", relatou.
A doação milionária para o PMDB teria sido pedida pelo PT, segundo Sérgio Machado, para as eleições de 2014. À época, PT e PMDB disputavam juntos a Presidência da República, com a chapa Dilma/Temer.
"O depoente ouviu de diversos senadores nas reuniões na casa do Renan que o grupo JBS iria fazer doações ao PMDB, a pedido do PT, na ordem de R$ 40 milhões; que essa informação foi posteriormente confirmada ao depoente pelo diretor de Relações Institucionais da JBS, ou seja, que este grupo empresarial iria fazer doações no valor de R$ 40 milhões à bancada do Senado do PMDB, a pedido do PT, nas eleições de 2014", relatou Sérgio Machado.
"Esse valor era apenas para a bancada do senado; que essa doação seria feita por meio da JBS; que, no que diz respeito ao PMDB, seriam conte lados por doações da JBS diversos senadores, dentre os quais: Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, Eunício Oliveira, Vital do Rêgo, Eduardo Braga, Edison Lobão, Valdir Raupp, Roberto Requião e outros; que não sabe dizer quem do PT receberia esse apoio da JBS."
A reportagem pediu manifestação de Temer por e-mail encaminhado à sua assessoria e também enviou e-mail para a assessoria da JBS e aguarda manifestação.