Michel Temer: "O carnaval faz parte da cultura e do turismo brasileiro" (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 25 de julho de 2017 às 15h58.
Ao dar posse hoje (25), em Brasília, ao novo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, o presidente Michel Temer pediu que ele ajude as escolas de samba do Rio de Janeiro.
"O carnaval faz parte da cultura e do turismo brasileiro. Ainda há pouco recebi presidentes das escolas de samba que estarão contigo hoje. Ajude-os. É preciso ajudarmos com o apoio do governo", afirmou.
Antes da posse, dirigentes e integrantes de escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro se reuniram hoje (25) com Temer e disseram que o presidente sinalizou apoio do governo para que as escolas obtenham recursos para o Carnaval de 2018 após o corte de cerca de R$ 13 milhões feito pela prefeitura do Rio.
O presidente da Estação Primeira de Mangueira, Francisco Carvalho, conhecido como Chiquinho da Mangueira, disse que Temer "garantiu que vai buscar um caminho para ajudar o carnaval do Rio de Janeiro.
"Viemos pedir ao presidente que ele completasse esse corte que foi feito e ele garantiu que o governo federal vai ajudar através dos ministérios da Cultura e do Turismo", disse o presidente da Mangueira.
De acordo com o carnavalesco e comentarista de carnaval Milton Cunha, os dirigentes e integrantes das escolas de samba do Rio terão reuniões na tarde de hoje nos ministérios da Cultura e do Turismo para discutir o assunto. "Imagine o Rio de Janeiro sem carnaval. A cidade perde seu espírito", disse Cunha.
Já empossado, o ministro da Cultura foi questionado sobre o apoio às agremiações cariocas e disse que é preciso avaliar as possibilidades para anunciar qualquer medida.
"Vamos analisar com cuidado a situação e ver de que maneira podemos ajudar. O governo brasileiro e o Ministério da Cultura reconhecem a importância do carnaval do Rio de Janeiro e vão fazer o que for possível para que o carnaval aconteça em 2018 com ainda mais força", disse.
Sá Leitão lembrou que o carnaval carioca tem grande impacto econômico e gera retorno financeiro para a sociedade e o governo.
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anunciou que cortaria pela metade os recursos da subvenção destinada às escolas de samba do grupo especial.
O corte gerou protestos e a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) chegou a divulgar nota informando que não haveria desfiles em 2018.
De acordo com a prefeitura, as agremiações receberam cerca de R$ 24 milhões para os desfiles de 2017. O valor cortado pela prefeitura seria usado para aumentar o repasse de manutenção de creches conveniadas com o município.
Segundo Chiquinho da Mangueira, os cortes da prefeitura prejudicam a qualidade dos desfiles.
"O impacto é muito grande. As escolas fazem um espetáculo que tem o custo de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões. Não adianta dizer que o carnaval tem que reduzir o número de componentes, de carros alegóricos. O espetáculo não pode cair a qualidade, tem que ganhar mais qualidade".