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O brasileiro não tem muito apreço pelas instituições, diz Temer

Temer, que tem relação próxima com Gilmar Mendes, fez críticas ao fato de que as autoridades não podem manter diálogos que a relação gera desconfiança

Temer: "Não são poucas as vezes que digo que temos que reinstitucionalizar o País" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: "Não são poucas as vezes que digo que temos que reinstitucionalizar o País" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 15h35.

Última atualização em 18 de dezembro de 2017 às 19h09.

Brasília - O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira, 18, que o povo brasileiro não tem apreço pelas instituições e que o comportamento das Forças Armadas como "disciplina, hierarquia e organização" deveria servir de exemplo.

"Convenhamos, nós no Brasil não temos muito apreço pela hierarquia, pela organização, não temos muito apreço pelas instituições", afirmou, durante cerimônia de apresentação de oficiais-generais promovidos, na base aérea de Brasília. "Não são poucas as vezes que digo que temos que reinstitucionalizar o País", completou.

Temer, que costuma ter uma relação de proximidade com o ministro do STF Gilmar Mendes, fez críticas ao fato de que as autoridades não podem manter diálogos que a relação gera desconfiança.

"Verifico que, se alguém do Executivo fala com alguém do Judiciário, isso já gera uma especulação, o que é desmoralizante para quem ouve", disse.

"Porque se eu falo com alguém do Judiciário e sou capaz de influenciá-lo a ponto de ele mudar uma opinião pessoal ou jurídica, ou cientifica ou o que seja é porque ele não se presta para o cargo que exerce", completou.

O presidente disse que as relações institucionais entre os entes é fundamental porque todos "são autoridades constituídas".

"Nós temos o dever de olhar para o Brasil, agir na nossa pátria como quem quer o progresso do seu povo", destacou, ressaltando também ter um respeito pela liberdade de imprensa. "Eu respeito a imprensa. Eu gravo em alto e bom som: viva a liberdade de imprensa, pois ela é fiscalizadora."

Temer disse que tem orgulho dos relatos que destacam o que seu governo conseguiu fazer em apenas um ano e meio. "Jungmann citou feitos desse governo que não foi de 4 anos, mas de um ano e 8 meses", disse, referindo-se ao discurso que o antecedeu do ministro da Defesa, Raul Jungmann.

Ao elogiar o ministro, Temer citou ainda que, por meio das Forças Armadas, o Brasil "ultrapassou fronteiras, numa concepção muito positiva".

No início do mês, o Comando do Exército demitiu do cargo o general da ativa do Exército Antônio Hamilton Martins Mourão, depois de ele dizer que Temer promovia um "balcão de negócios" no Congresso para tentar chegar ao fim do mandato.

O general também citou casos em que as Forças Armadas, em seu entendimento, deveriam intervir no País para evitar o caos. Mourão não descarta lançar-se candidato a um cargo político nas eleições de 2018.

No fim de seu discurso, Temer citou o "espírito de natal" e afirmou que deseja que 2018 seja um ano prospero. "Neste espírito de natal, desejo que venhamos renascer em 2018 para um ano muito melhor".

No evento de hoje, foram promovidos oito oficiais-generais do Exército, sete da Aeronáutica e três da Marinha.

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