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Temer planeja reequilíbrio fiscal em eventual governo

Moreira Franco, um dos políticos mais próximos do vice, disse que o maior desafio de uma eventual administração Temer será recuperar as finanças do país


	Michel Temer: "A busca do reequilíbrio terá que ser compatibilizada com incentivos para gerar emprego e renda", disse Franco
 (REUTERS/Paulo Whitaker)

Michel Temer: "A busca do reequilíbrio terá que ser compatibilizada com incentivos para gerar emprego e renda", disse Franco (REUTERS/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2016 às 20h13.

Brasília - O reequilíbrio das contas públicas brasileiras será feito de forma gradual e acompanhado por políticas que criem empregos e aumentem a renda em um eventual governo do vice-presidente Michel Temer, disse à Reuters o ex-ministro Wellington Moreira Franco (PMDB) nesta quarta-feira.

Temer pode se tornar presidente do Brasil nas próximas semanas, caso seja aprovado o impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado Federal.

Moreira Franco, um dos políticos mais próximos do vice-presidente e que ajudou a escrever o plano econômico do PMDB, disse que o maior desafio de uma eventual administração Temer será recuperar as finanças do país.

"A busca do reequilíbrio terá que ser compatibilizada com incentivos para gerar emprego e renda", disse Franco. "Tem que ser um reequilíbrio gradual... senão você sufoca a população."

Muitos investidores têm apostado em um plano agressivo de austeridade em uma eventual gestão Temer, como forma de recuperar a confiança no país e o grau de investimento por parte das agências de classificação de risco.

Um eventual governo Temer terá como foco a atração de capital privado para infraestrutura, serviços públicos e o setor de petróleo e gás, disse Franco, que já foi governador do Rio de Janeiro e ministro da Aviação no governo Dilma.

Ele disse que Temer vai impulsionar as concessões nas áreas de saneamento básico, habitação e transporte urbano e que serão oferecidas melhores condições aos investidores, evitando os erros da administração da presidente Dilma, que queria uma taxa menor de retorno.

"Teremos mais concessões com regras mais claras e sem ideologia", disse Moreira Franco, acrescentando que o governo Temer também buscaria parcerias com investidores.

Dilma acusou Temer de conspirar contra seu governo, que vem sofrendo com uma recessão que caminha para ser a mais grave em mais de um século, inflação alta e déficit fiscal.

A presidente perdeu a confiança de importantes grupos de líderes industriais que agora pedem seu impeachment como a única saída para a recuperação da crise econômica.

Recentemente, Moreira Franco se encontrou com executivos do setor da construção e empresas de educação, assim como bancos de investimento para explicar o plano do PMDB.

"Pedimos aos investidores para ficarem calmos", disse Franco. "Esta especulação e volatilidade do dólar não é útil. Cria um ambiente que enfraquece nosso setor externo".

Moreira Franco se encontrou com representantes do Goldman Sachs e Morgan Stanley e gestores de fundos como Discovery Capital Management e AllianceBernstein.

Se Dilma escapar do impeachment, seus aliados dizem que o governo vai flexibilizar ainda mais a austeridade, com mais gastos de programas sociais e infraestrutura e liberando reservas bancárias para impulsionar o crédito.

Questionado, Moreira Franco não disse quem assumiria o Ministério da Fazenda e o presidente do Banco Central, em um eventual governo Temer.

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