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Temer pede a estados de fronteira para que combatam o tráfico

Em reunião com governadores, Temer também defendeu a atuação das Forças Armadas nos presídios, anunciada ontem pelo governo

Temer: o presidente ainda lembrou que os governadores devem concordar e solicitar a atuação dos militares nos estabelecimentos prisionais (Adriano Machado/Reuters)

Temer: o presidente ainda lembrou que os governadores devem concordar e solicitar a atuação dos militares nos estabelecimentos prisionais (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 18h13.

O presidente Michel Temer fez um apelo para que os governadores de estados brasileiros que fazem fronteira com outros países analisem as propostas do Plano Nacional de Segurança Pública e executem ações integradas com o objetivo de reduzir a crise no sistema penitenciário brasileiro, que já deixou mais de 100 detentos mortos desde o início do ano.

Ao abrir uma reunião com os chefes dos Executivos estaduais das regiões Norte e Centro-Oeste, Temer defendeu a atuação das Forças Armadas nos presídios, anunciada ontem pelo governo, mas disse que "se não houver uma conjugação de esforços" não é possível "ter a ilusão" de que elas solucionarão os problemas.

Temer defendeu que, além das ações nas penitenciárias, é preciso combater os contrabandos de drogas e armas nas regiões fronteiriças. Citando a previsão constitucional de que os apenados devem ser detidos em estabelecimentos diferentes, a depender do crime que cometeram, ele disse que esse princípio hoje não é obedecido pelo Poder Público, e pediu que os governadores se atentem para esse fato ao debaterem o plano de segurança.

Forças Armadas

Não caberá aos militares, segundo o presidente, exercitar atividades de segurança pública, mas sim "manter a lei e a ordem nos termos constitucionais".

"Sabemos que há um problema relativamente à fiscalização dos presídios pelos agentes penitenciários que têm limitações que outras forças podem não tê-las. Há uma desordem que se verifica de maneira completa e integral em alguns presídios do país, é preciso uma interferência determinando que as Forças Armadas façam inspeção nos presídios pelo menos a cada certo período, quem sabe mês a mês", afirmou.

Participam do encontro os governadores e secretários de segurança pública do Acre, Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rondônia, Amapá e Pará.

O presidente ainda lembrou que os governadores devem concordar e solicitar a atuação dos militares nos estabelecimentos prisionais, assim como aderirem a outras ações previstas no Plano Nacional de Segurança Pública.

"[As Forças Armadas] não vão cuidar dos presos evidentemente, mas serão, pela operacional capacidade e credibilidade, fatores de atemorização dos que estão nos presídios", disse, admitindo que "apenas a inspeção periódica dos presídios" não irá solucionar os problemas.

O presidente disse ainda que os recursos anunciados recentemente para a compra de equipamentos pelos estados também vão ajudar a melhorar a situação nas unidades prisionais.

"[Temos] a convicção ou a quase certeza de que, muito possivelmente, seja possível liberar vários detentos que na verdade poderão cumprir pena acompanhados por tornozeleiras nas suas residências ou onde estejam", afirmou.

Ontem, o Ministério da Justiça anunciou o repasse de R$ 295,4 milhões aos estados, sendo R$ 147,6 milhões para a aquisição de bloqueadores de celular, R$ 70,5 milhões para scanners e R$ 77,5 milhões para tornozeleiras

Durante o discurso, o presidente voltou a dizer que o controle das penitenciárias é de responsabilidade dos estados, mas que os movimentos "ultrapassaram as fronteiras físcias e jurídicas" e se transformaram em um "problema nacional".

Temer também repetiu a promessa, defendida por ele em novembro do ano passado, de que as as operações policiais de combate aos crimes cometidos nas fronteiras com o Brasil sejam permanentes.

"Nós queremos imaginar ou dizer que a solução dessa lamentável temática das penitenciárias exige essa conjugação de esforços do estados com a União", defendeu ainda, pedindo que os governadores analisem os projetos a fim de que seja resolvido esse "tormentoso drama".

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