Presidente Michel Temer, em 21/12/2017 (Adriano Machado/Reuters)
Talita Abrantes
Publicado em 1 de fevereiro de 2018 às 17h30.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2018 às 19h10.
São Paulo — Em meio a uma ofensiva para popularizar e aprovar a reforma da Previdência, o presidente Michel Temer (MDB) ficou dois meses sem sua aposentadoria como procurador do estado de São Paulo por não fazer o recadastramento anual obrigatório para provar que está vivo, segundo informações da São Paulo Previdência (SPPrev) ao site EXAME.
O emedebista completou 77 anos no último dia 23 de setembro. Naquele mês, ele deveria ter comparecido a qualquer agência do Banco do Brasil ou em uma das unidades de atendimento presencial da SPPRev para realizar o procedimento de prova de vida.
Como o recadastramento não foi feito, o benefício foi suspenso automaticamente, mas a "situação já está sendo regularizada", informa o órgão em nota.
Servidor do estado de São Paulo aposentado desde 1999, quando tinha 58 anos, Temer está sem a aposentadoria desde novembro de 2017. O último pagamento registrado ao presidente é de outubro.
Dados do Portal da Transparência do Estado de São Paulo mostram que a remuneração bruta destinada a ele naquele mês foi de 45.055,99 reais. Com o abatimento do teto previsto para o cargo, o pagamento final ao presidente foi de 22.209,94 reais.
Além da aposentadoria, Temer também recebe um salário por ser presidente da República. Na teoria, ele deveria ganhar 30,9 mil reais para desempenhar a função. Mas, nesse caso, também há abatimento salarial.
Em outubro, foram descontado 27.784,94 reais dos rendimentos do chefe do Executivo Federal, o que rendeu 2,7 mil reais ao emedebista. Em novembro, mesmo sem a aposentadoria da SPPrev, o salário de Temer como presidente também foi deduzido e ficou em R$ 3.896,82, segundo o Portal da Transparência do Governo Federal.
Ao jornal O Globo, a Secretaria de Comunicação da Presidência afirmou que Temer ainda não fez o recadastramento por "falta de tempo", mas que irá regularizar sua situação em breve. Segundo a SPPrev, quando fizer a prova de vida, o presidente volta a ganhar o salário de 22,2 mil reais.