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Temer e ministros fazem ofensiva para acelerar impeachment

O Planalto está preocupado em deixar a votação final para a quarta-feira, 31. Isso é ruim porque poderá atrapalhar e atrasar ainda mais os planos do governo


	Temer: na ofensiva, Temer e seus aliados seguirão o dia em conversas para tentar convencer parlamentares para que eles ou falem rapidamente ou abram mão de suas falas
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Temer: na ofensiva, Temer e seus aliados seguirão o dia em conversas para tentar convencer parlamentares para que eles ou falem rapidamente ou abram mão de suas falas (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2016 às 12h31.

Brasília - Atentos ao desenrolar do dia nesta terça-feira, 30, o presidente em exercício, Michel Temer, e os ministros do Planalto, apesar de dizerem que o governo não está interferindo na votação, darão prosseguimento ao trabalho de monitoramento dos votos dos senadores.

O Planalto está preocupado com a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, em deixar a votação final para a quarta-feira, 31, pela manhã.

Isso é ruim porque poderá atrapalhar e atrasar ainda mais os planos do governo e de Temer, que tinha previsto, já em um cenário de primeiro adiamento, viajar na tarde de quarta-feira, no máximo até às 16 horas, para poder chegar a tempo de participar das agendas na China.

Se realmente, como quer Lewandowski, para quarta-feira cedo ficar agendada apenas a votação, a avaliação de interlocutores do presidente é que "ainda dá tempo", já que essa fase tende a ser mais rápida do que os debates e exposição dos senadores.

Na ofensiva do governo, Temer e seus aliados seguirão o dia em conversas para tentar convencer parlamentares da base para que eles ou falem rapidamente, já que sabem que todos querem deixar registradas as suas participações nesta sessão histórica, ou que abram mão de suas falas.

Bancada do Maranhão

Outra investida que deve continuar acontecendo ao longo do dia é em relação à bancada de senadores do Maranhão, já que os três senadores - Roberto Rocha (PSB), Edison Lobão (PMDB) e João Alberto (PMDB) - dizem que vão votar em bloco.

Temer esteve com Rocha no domingo e com Lobão na segunda. Ainda falta João Alberto, que ainda não teria chegado em Brasília.

Segundo afirmou uma fonte ao jornal O Estado de S. Paulo, no caso do senador Rocha, um importante cargo federal na região Nordeste entrou nas negociações.

Apesar disso, os três senadores maranhenses foram alvos de investidas também do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que veio a Brasília no final da semana passado justamente para tentar convencê-los a votar a favor da presidente afastada Dilma Rousseff.

Temer, que tem a agenda desta quarta-feira sem compromissos agendados para a parte da tarde, e seus aliados investirão ainda em outros senadores, monitorando e repassando novamente os nomes, telefonando ou chamando para cafés.

Na segunda, o próprio presidente em exercício falou por telefone com diversos senadores.

China

Mesmo com a votação final na quarta de manhã, o Planalto ainda planeja fazer um esforço para garantir a saída da comitiva presidencial no final da tarde do mesmo dia.

A viagem de Temer para a China tem previsão de três paradas: na Ilha do Sal, Cabo Verde; em Praga, capital da República Tcheca; e em Astana, capital do Cazaquistão.

O tempo de viagem estimado, que era de 33 horas, segundo assessores de Temer, passou a ser de 27 e 28 horas. Com isso, se ele conseguir sair do Brasil até às 17 horas, ele chegaria a Ásia na manhã do dia 2, o que ainda possibilitaria que ele participasse de um seminário de empresários em Xangai.

Além do encontro com empresários, Temer pretende ter um encontro com o primeiro-ministro chinês, e diversos encontros bilaterais.

Para o dia 3 de setembro, por exemplo, já estão previstos encontros bilaterais com os primeiros ministros da Espanha e Itália, com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita.

Há também a previsão de uma conversa com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo. A agenda principal na China, o encontro dos líderes do G-20, está marcada para os dias 4 e 5 de setembro.

Posse

Logo após o julgamento, se confirmado o afastamento definitivo de Dilma, Temer terá que participar de cerimônia de posse no Congresso.

O desejo do Planalto é que o evento será rápido e discreto, assim não atrapalharia os planos da viagem e ainda reforçaria o discurso de Temer que é momento de pacificar o País e que ele está assumindo o posto com base na democracia.

Os trâmites da cerimônia já estão sendo discutidos com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desde a semana passada. Renan é o encarregado de definir o rito.

Os dois devem conversar, ainda nesta terça, inclusive, para bater o martelo dos detalhes do provável evento de quarta.

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