João Doria: prefeito de São Paulo representa a ala tucana mais próxima ao presidente (Ueslei Marcelino/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 7 de agosto de 2017 às 06h48.
Última atualização em 7 de agosto de 2017 às 08h36.
O presidente Michel Temer tem encontro marcado com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), nesta segunda-feira. A pauta oficial é a cessão pela União de parte do terreno do Aeroporto do Campo de Marte, na zona norte da cidade, para a construção de um parque público, que virá a ser o terceiro maior da cidade, com 400.000 metros quadrados, e de um museu aeroespacial, primeiro do tipo na capital paulista.
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Mas a visita a São Paulo tem também o objetivo de fazer um aceno ao prefeito. Com a postura mais distante do governador Geraldo Alckmin nos últimos dias, quando passou a ser mais assertivo nas sugestões que o tucanato deveria deixar a base do governo, Doria faz a linha mais simpática ao presidente dentro do PSDB. Na semana passada, quando perguntado sobre o resultado na votação da Câmara dos Deputados que arquivou a denúncia contra Temer, o prefeito aprovou o resultado, dizendo ser importante a “estabilidade” do país.
Os deputados federais paulistas ligados a Alckmin, contudo, votaram pelo prosseguimento da denúncia. Dos 12 representantes de São Paulo, foram 11 votos contra a vontade do presidente. Em Minas Gerais, por exemplo, aconteceu o contrário. Os congressistas próximos ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), franco aliado ao presidente Temer e também alvo de Joesley Batista, votaram em massa pelo arquivamento.
O prefeito planeja requisitar, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social e de Direitos Humanos, nada menos que 100 milhões de reais para programas de atendimento à população moradora de rua. “A situação das pessoas que vivem nas ruas aqui, e mais aquelas que infelizmente consomem drogas, exigem investimentos constantes” disse o prefeito no sábado. Na eleição que salvou seu pescoço na Câmara Temer mostrou não ter muito problema em abrir os cofres para aliados.