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Temer diz que reforma ministerial é inevitável

O presidente está sendo pressionado pelo Centrão para retirar os tucanos do governo e repassar as pastas para este grupo da base aliada

Temer: o principal objetivo do Centrão é retirar do PSDB o Ministério das Cidades (Adriano Machado/Reuters)

Temer: o principal objetivo do Centrão é retirar do PSDB o Ministério das Cidades (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de novembro de 2017 às 18h56.

Brasília - O presidente Michel Temer reconheceu nesta quinta-feira, 9, que uma reforma ministerial "será inevitável" para assegurar a aprovação das mudanças na previdência social que o governo quer aprovar no Congresso e que este assunto "está sempre em cogitação" quando se governa.

Temer está sendo pressionado pelo Centrão para retirar os tucanos do governo e repassar as pastas para este grupo da base aliada. O principal objetivo do Centrão é retirar do PSDB o Ministério das Cidades, por conta do seu gordo orçamento.

Hoje, os tucanos têm quatro pastas. Além de Cidades têm Relações Exteriores, Secretaria de Governo e de Direitos Humanos. Temer não disse quando a reforma ministerial será realizada. A pressão é para que ela seja feita logo, sem esperar a saída por conta da desincompatibilização dos cargos, por conta das eleições, no ano que vem.

Temer avisou que saberá o tempo para fazer as mudanças no ministério. Ao ser indagado se acreditava que as trocas ministeriais poderiam acontecer antes de janeiro, o presidente respondeu: "acho que não".

O sinal do presidente de que poderá atender à fome por cargos e verbas dos partidos aliados, foi dado em entrevista, ao final da cerimônia de anúncio do programa Avançar, no Palácio do Planalto.

"Reforma é algo que, toda vez que você governa, elas estão sempre em cogitação. Eu saberei o momento certo", declarou Temer. Ao defender a aprovação da previdência, o presidente Temer citou que assim que o tema foi colocado de novo nas discussões, o mercado deu o alerta da sua importância.

"No dia seguinte que se fez o alerta de que ela iria continuar, a bolsa voltou a subir e o dólar caiu", comentou, ao destacar a sua animação com a possibilidade de aprovação do texto. Na manhã desta quinta-feira, Temer voltou a sofrer pressão dos aliados, durante café da manhã na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quando se discutiu os pontos da reforma da Previdência.

Temer foi avisado que, sem mudanças no ministério, não tem votação de reforma previdenciária. O presidente, após ressaltar a importância dela ser feita, neste momento, disse "estar animado", por conta do apoio recebido não só de Maia, mas também do presidente do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE).

Questionado se tinha os 308 votos para aprovar a reforma, o presidente Temer respondeu: "ah, vamos contando". Depois de reiterar que "está animado" com as negociações e as reuniões realizadas nos últimos dois dias, o presidente Temer fez questão de salientar que a reforma "é muito importante" e "há (chances) sim" dela ser aprovada, "desde que se explique direitinho que a verdadeira reforma da previdência e único objetivo dela é combater privilégios e preservar os mais pobres e os mais vulneráveis".

E insistiu: "não há nenhuma modificação em relação aos mais pobres. O que há sim é uma quebra de privilégios que hoje não podem mais existir". Temer insistiu que saberá "o momento certo, o tempo certo para fazer a reforma". E justificou: "é algo que, toda vez que você governa essas reformas estão sempre em cogitação".

Perguntado se seria feita a reforma bem antes do que pretendia, o presidente disse: "não, não, acho que não". E emendou: "Reconheço que há pleitos e sobremais, como muitos ministros vão deixar seus cargos, é claro a reforma será inevitável". O presidente prosseguirá as conversas com aliados para assegurar os votos.

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