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Temer diz que reconhecer crise ajuda a superá-la

“É preciso que alguém faça este apelo e eu estou tomando, por isso, a liberdade de fazê-lo em nome do governo", disse o vive-presidente


	Vice-presidente da República, Michel Temer: Apesar do apelo feito pelo vice-presidente, a Câmara aprovou na madrugada, em primeiro turno, a PEC 443/09 que vincula os salários de advogados públicos e delegados de polícia à remuneração dos ministros do STF
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Vice-presidente da República, Michel Temer: Apesar do apelo feito pelo vice-presidente, a Câmara aprovou na madrugada, em primeiro turno, a PEC 443/09 que vincula os salários de advogados públicos e delegados de polícia à remuneração dos ministros do STF (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2015 às 14h41.

Um dia depois de fazer apelo ao país pela união para superar a crise econômica e política, o vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer, voltou a defender hoje (6) que é preciso continuar o diálogo com o Congresso Nacional, cuja pauta de votações inclui medidas que aumentam os gastos públicos.

“É preciso que alguém faça este apelo e eu estou tomando, por isso, a liberdade de fazê-lo em nome do governo. Nós vamos continuar dialogando, não vamos nos impressionar com o dia de ontem e com o dia de hoje. Agora, o alerta era indispensável. Se nós começarmos a dizer que não há crise de maneira nenhuma, não ajudamos a superá-la. E a crise econômica muitas vezes ocorre e é logo superada. Uma eventual crise política no Congresso é imediatamente superada ou será superada ao longo do tempo”, disse, em entrevista após palestra no Centro Universitário de Brasília (Uniceub) sobre governabilidade e governança.

Apesar do apelo feito ontem pelo vice-presidente, a Câmara aprovou na madrugada de hoje (6), em primeiro turno, a proposta de emenda à Constituição (PEC 443/09) que vincula os salários de advogados públicos e delegados de polícia à remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que é R$ 33,7 mil.

Durante todo o dia, governistas tentaram evitar a votação, argumentando que a medida cria um impacto de R$ 2,4 bilhões no Orçamento da União, segundo cálculos do Ministério do Planejamento.

Sobre a popularidade da presidenta Dilma Rousseff, Temer afirmou que essas avaliações são “cíclicas”. Segundo pesquisa Datafolha divulgada hoje, feita nos dias 4 e 5 de agosto, 71% dos entrevistados consideram o governo ruim ou péssimo, enquanto 8% avaliam a administração da petista como ótima ou boa.

“Essas pesquisas muitas vezes são negativas para logo depois se tornarem positivas. Aliás, a presidenta Dilma tem feito esforço extraordinário, tem praticado os melhores gestos. Ela reuniu governadores para revelar a função federativa, reuniu lideranças na Câmara, no Senado. Tem feito um trabalho excepcional para manter tranquilidade institucional no nosso país. Então, a pesquisa de hoje não será a de amanhã. Essa pesquisa se reverterá, a presidenta Dilma terá um apoio extraordinário da população brasileira”, disse.

Na semana passada, Dilma reuniu todos os governadores no Palácio da Alvorada para pedir apoio no Congresso a fim de tentar evitar a aprovação de medidas que impactam as contas públicas.

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