Brasil

Temer diz que instituições e país estão acima de todos

Temer está sob investigação da PGR, ao lado de aliados, no chamado inquérito dos portos, sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Michel Temer: "Nós todos passaremos, mas as instituições hão de ficar" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: "Nós todos passaremos, mas as instituições hão de ficar" (Ueslei Marcelino/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 2 de abril de 2018 às 16h45.

Brasília - O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira que os problemas enfrentados pelo país precisam de união e diálogo, ressaltando que o Brasil e as instituição estão acima de qualquer pessoa.

"Acima de todos nós está o país. Acima de todos nós estão as instituições. Por isso que eu preservo sempre as instituições. Eu preservo a imprensa livre, prego a todo momento a separação de Poderes, a independência e a harmonia entre os Poderes, porque nós todos passaremos, mas as instituições hão de ficar", disse Temer em cerimônia no Planalto para posse de novos ministros.

Temer está sob investigação da Procuradoria-Geral da República, ao lado de aliados, no chamado inquérito dos portos, sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na edição de um decreto para prorrogar os contratos de concessão e arrendamento portuários.

No fim de semana, a Presidência da República afirmou em nota que a investigação, que resultou na prisão de amigos próximos do presidente na semana passada, "soa a farsa", e que "o atropelo dos fatos e da verdade busca retirar o presidente da vida pública e impedi-lo de continuar a prestar relevantes serviços ao país".

Ato falho

Em um momento em que o cerco contra o presidente cresce nas investigações, Temer cometeu um ato falho ao chamar o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), de presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), durante os reconhecimentos aos presentes na cerimônia.

Ao perceber o erro, o presidente procurou se corrigir dizendo que para ele o Legislativo é "sempre supremo". O presidente do Senado é também presidente do Congresso.

"Vejam vocês que há companheiros do ministério, deputados federais, deputadas, senadores, senadoras, presidente do partido, presidente do Supremo, nosso querido amigo senador Eunício Oliveira", disse Temer.

O presidente emendou rapidamente: "Senado, ah não é do Supremo? É que o Legislativo é tão importante que na minha cabeça ele é sempre supremo, porque ele é que dá início a tudo que se faz no país, não é verdade?"

Na cerimônia, tomaram posse Gilberto Occhi como novo ministro da Saúde; Valter Casimiro Silveira, no Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil; e Nelson Antônio de Souza, como novo presidente da Caixa Econômica Federal, no lugar de Occhi.

No domingo, o Planalto confirmou que o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, será o novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sendo substituído no ministério pelo atual secretário-executivo, Esteves Colnago.

Outros ministros devem sair até o fim da semana, uma vez que os ocupantes de cargo no Executivo têm até o dia 7 de abril para deixarem seus postos se quiserem disputar as eleições em outubro.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEunício OliveiraGoverno TemerMichel Temer

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência