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Temer diz que foi "ingênuo" e que não é culpado por escândalo

Em entrevista a jornal, o presidente afirmou que o objetivo central da conversa com Joesley Batista era outro

Michel Temer: ele assegura também que "não sabia" que o empresário estava sendo investigado (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: ele assegura também que "não sabia" que o empresário estava sendo investigado (Ueslei Marcelino/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de maio de 2017 às 11h43.

Última atualização em 22 de maio de 2017 às 11h43.

O presidente Michel Temer disse que pecou por "ingenuidade" ao receber o empresário Joesley Batista, que o gravou secretamente durante uma conversa, reiterando que não renunciará, porque isso seria admitir sua "culpa" no escândalo que atinge o país.

"Ingenuidade. Fui ingênuo ao receber uma pessoa naquele momento", disse Temer em uma entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.

Temer recebeu Joesley Batista, dono da gigante alimentícia JBS, em 7 de março de 2017, por volta das 23H00 no Palácio do Jaburu, sem que o encontro constasse em sua agenda oficial.

A conversa foi gravada e enviada para a Justiça em um acordo de delação premiada. O STF abriu um inquérito sobre o caso.

O presidente é acusado de supostamente ter aprovado o pagamento de propina ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha em troca de seu silêncio e de se omitir em denunciar o empresário.

Mas Temer não considera que esta omissão seja um crime: "você sabe que não? Eu ouço muita gente, e muita gente me diz as maiores bobagens que eu não levo em conta. Confesso que não levei essa bobagem em conta. O objetivo central da conversa não era esse".

Afirma que quando Joesley insistiu para se encontrar com ele, pensava que era pelo escândalo das carnes adulteradas.

Assegura também que "não sabia" que o empresário estava sendo investigado. "O senhor não sabia?", surpreende-se o jornalista. Temer responde: "no primeiro momento não".

Temer voltou a negar os pedidos de renúncia: "eu não vou renunciar. Se quiserem, me derrubem, porque, se eu renuncio, é uma declaração de culpa".

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