Temer: Temer chegou a antecipar sua volta ao Brasil em um dia porque não seria "sensato" permanecer muito tempo fora do Brasil (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 19 de setembro de 2017 às 22h22.
Nova York - Longe do Brasil logo depois de ter sido denunciado mais uma vez pela Procuradoria-Geral da República, o presidente Michel Temer demonstrou irritação ao ser questionado sobre assuntos internos do Brasil e, depois de uma breve declaração à imprensa sobre os temas do dia, saiu reclamando de ser perguntado sobre a decisão do STF de não reenviar a segunda denúncia para a PGR, contou à Reuters uma fonte que ouviu o comentário feito longe dos jornalistas.
"Isso não merece uma resposta", reclamou Temer ao sair do local onde os jornalistas o esperavam para uma entrevista.
A assessoria do presidente informou que ele falaria no final do dia, depois da série de encontros bilaterais que ocorreram nesta terça-feira. Mas Temer recusou-se a responder qualquer pergunta, dando apenas uma declaração sobre o "entusiasmo" de empresários norte-americanos com as reformas brasileiras.
Na noite anterior, o presidente comentou sobre o jantar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas quando as perguntas sobre temas internos começaram, também foi embora.
Durante toda a viagem, a determinação do presidente é evitar os espinhosos assuntos internos e limitar o contato com a imprensa aos temas tratados na viagem.
Por pressão de auxiliares próximos, Temer chegou a antecipar sua volta ao Brasil em um dia porque não seria "sensato" permanecer muito tempo fora do Brasil, de acordo com uma fonte que falou com a Reuters em condição de anonimato.
Apesar de evitar temas internos a todo custo, o presidente não escapou de protestos em Nova York. Em frente à missão brasileira e no hotel onde jantou com Trump, Temer foi recepcionado por pequenos grupos de brasileiros que lembravam as denúncias e também o acusavam de "vender a Amazônia".
O presidente foi denunciado na última quinta-feira pela PGR, pelo crime de organização criminosa e obstrução de investigações.
Nesta noite, o ministro Edson Fachin, do STF, negou pedido feito pela defesa do presidente para que a denúncia fosse devolvida à Procuradoria-Geral da República.