Presidente Michel Temer (Ueslei Marcelino/Reuters)
Marcelo Ribeiro
Publicado em 30 de dezembro de 2016 às 06h00.
Última atualização em 30 de dezembro de 2016 às 11h21.
São Paulo – O presidente Michel Temer (PMDB) vai virar o ano pela primeira vez como presidente da República. Ele tem motivos para comemorar, mas também não faltam razões para se preocupar.
O peemedebista, que assumiu interinamente o comando do Palácio do Planalto em 12 de maio, concluiu sete meses na presidência com vitórias, alguns recuos e meia dúzia de ministros demitidos. Ele é presidente efetivo desde 31 de agosto.
Entre as vitórias, Temer conseguiu manter em patamares elevados a taxa de fidelidade do Congresso Nacional com o Poder Executivo e emplacou pautas importantes para o governo.
A base aliada ajudou o presidente a aprovar com folga a PEC do Teto de gastos públicos e deu o primeiro passo para que a reforma da Previdência vá no mesmo caminho. A matéria foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados no início de dezembro. O próximo passo é criar uma comissão especial na Casa para analisar o teor da proposta.
O governo Temer, porém, não tem motivos só para sorrir. Ao longo dos meses, o presidente já protagonizou alguns recuos poucas horas após fazer anúncios importantes. Exemplo: antes de assumir o governo, Temer anunciou que cortaria cerca de 11 ministérios. Com a aproximação de seu governo, no entanto, ele voltou atrás e disse que cortaria apenas três. Alvo de críticas da imprensa, Temer recuou outra vez e anunciou o corte de nove ministérios.
Mesmo tendo conseguido avançar com reformas, o presidente teve que encarar a citação de seu nome e dos seus principais aliados nas delações premiadas de mais de 70 executivos da Odebrecht.
A crise política também foi determinante para a saída de seis ministros em pouco mais de sete meses de governo: Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Fiscalização, Transparência e Controle), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Fabio Medina Osório (Advocacia-Geral da União), Marcelo Calero (Cultura) e Geddel Vieira Lima (Secretaria do Governo).