Temer: ele não mencionou a decisão de usar as Forças Armadas durante ato em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 25 de maio de 2017 às 18h30.
Última atualização em 25 de maio de 2017 às 18h55.
São Paulo - Em mais uma tentativa de transmitir um clima de normalidade em meio à crise política que o atingiu em cheio, o presidente Michel Temer comemorou em vídeo nesta quinta-feira a aprovação de medidas provisórias pelo Congresso Nacional e disse que seu governo seguirá trabalhando para colocar o Brasil nos trilhos.
No vídeo de pouco mais de dois minutos, divulgado pelo Palácio do Planalto, Temer não mencionou diretamente a crise, deflagrada pela delação premiada do empresário Joesley Batista, com acusações diretas ao presidente, mas disse que o país não parou e nem vai parar.
"O Brasil não parou, e não vai parar. Continuamos avançando e votando matérias importantíssimas no Congresso Nacional", disse Temer no vídeo divulgado em uma rede social.
Em meio a maior crise em seu pouco mais de um ano de governo, Temer limitou-se a mencionar no vídeo rapidamente as manifestações da véspera, que ele disse terem ocorrido com "exageros".
E não mencionou a decisão que tomou na quarta, e da qual recuou menos de 24 horas depois, de colocar as Forças Armadas para garantir a lei e a ordem em Brasília após as manifestações.
Durante os protestos --convocados por centrais sindicais contra as reformas trabalhista e da Previdência, pela saída de Temer e por convocação de eleições diretas para presidente-- houve confrontos entre policiais e manifestantes, pessoas ficaram feridas e prédios de ministérios foram vandalizados.
"As manifestações ocorreram com exageros, mas deputados e senadores continuaram a trabalhar em favor do Brasil e aprovaram um número expressivo de medidas provisórias: sete", comemorou o presidente.
Apesar do otimismo de Temer, os últimos dias no Congresso Nacional têm sido marcados pelo clima quente entre os parlamentares.
A proposta de reforma trabalhista gerou bate-boca entre senadores na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e a decisão de Temer de recorrer aos militares para responder aos protestos fez com que deputados da oposição deixassem o plenário da Câmara.
E foi sem a presença dos oposicionistas que a Câmara aprovou a toque de caixa na noite de quarta seis medidas provisórias, entre elas uma que trata de regularização fundiária.
No Senado, na quinta-feira, foi aprovada a MP que liberava o saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Temer aproveitou o vídeo para elogiar os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), assim como os parlamentares da base aliada como um todo.