Brasil

Temer avalia delação como inofensiva para PMDB e Dilma

"O PMDB, enquanto instituição, não tem nada a ver com isso", afirmou vice-presidente


	Michel Temer: "Isso precisa ser levado com muito cuidado"
 (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Michel Temer: "Isso precisa ser levado com muito cuidado" (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2014 às 16h48.

São Paulo - O vice-presidente Michel Temer (PMDB) comentou as denúncias do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que sugerem envolvimento de políticos do PMDB em um esquema de recebimento de propinas em contratos da estatal. Em coletiva à imprensa em Maceió, Temer afirmou que o caso não fere o partido "enquanto instituição" e terá efeito "zero" para a campanha de reeleição de Dilma Rousseff (PT).

"O PMDB, enquanto instituição, não tem nada a ver com isso", afirmou. "A chamada delação premiada tem esses problemas, lança nomes etc. Ainda bem que está no STF. Quem vai conduzir isso é um ministro da melhor qualificação moral, intelectual e profissional", disse, referindo-se ao ministro Teori Zavascki, que deve homologar o acordo de delação premiada. "Isso precisa ser levado com muito cuidado, com muita calma para que não haja acusações que possam vir a ser infundadas", afirmou na entrevista, cujo áudio foi compartilhado em sua conta oficial no Twitter.

Questionado sobre o possível dano das denúncias do ex-executivo da Petrobras à campanha presidencial, Temer afirmou que o impacto é "zero". "Não tem nada a ver com ela (Dilma). O depoente, ou delator, até se mostra irritado com a atuação da Dilma, pelo que vi na manhã de hoje."

Temer afirmou que, agora, é preciso apurar os fatos e se a fala de Costa foi "responsável ou irresponsável". "Precisa ser apurado. O Brasil é assim, uma democracia é assim. Quando há fatos, é preciso apurar", disse.

Sobre a perspectiva para o PMDB nesta eleição, Temer disse que o partido tem chances de "fazer muitos governadores, uma grande bancada de deputados e senadores", além de se reeleger no plano nacional. Ele também comentou a entrada de Marina Silva (PSB) na disputa presidencial.

"Não é surpreendente que ela tenha uma votação expressiva", afirmou Temer, lembrando que, em abril, Marina aparecia com 27% das intenções de voto segundo pesquisa do Datafolha. "Agora evidentemente, ao longo desta campanha no primeiro turno e eventualmente no segundo turno, Dilma vai revelar tudo aquilo que nós fizemos pelo País", afirmou. "Costumo dizer que temos o maior tempo de televisão, mas acho que isso é insuficiente para mostrar tudo o que fizemos pelo País."

Para Temer, o problema de Marina é que ela fala "generalidades". "Vejo que ela quer somar a atividade social do governo Lula em diante e os planos econômicos do governo FHC. Hoje mesmo li um editorial dizendo que isso é impossível, que as coisas não casam", disse. "Você tem que fazer uma coisa mais que a outra. Penso que deve haver um aprofundamento desta questão."

O vice-presidente também disse considerar "impossível" e "perigoso" governar com membros do PT e do PSDB, como Marina vem sugerindo. "Você pode até criticar, como eu critico o grande número de partidos políticos, mas não pode desprezar a instituição político-partidária", disse aos jornalistas. "Claro que, nos partidos, você pode escolher boas pessoas, mas desde que aliados ao governo. Fora daí, não vejo como governar."

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasEleiçõesEleições 2014EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoMDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerPartidos políticosPetrobrasPetróleoPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil