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Temer atua para conter divisão do PMDB na eleição da Câmara

Há dois candidatos de partidos da base aliada ao comando da Casa: Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO)

Temer: o presidente começou a conversar com os pré-candidatos (Christopher Goodney/Bloomberg/Bloomberg)

Temer: o presidente começou a conversar com os pré-candidatos (Christopher Goodney/Bloomberg/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de janeiro de 2017 às 17h34.

Brasília -- O presidente da República, Michel Temer, começou a atuar pessoalmente para conter a divisão na bancada do PMDB na disputa pelos cargos da Mesa Diretora da Câmara, marcada para 2 de fevereiro. Temer deu início a uma série de conversas com deputados de seu partido para tentar garantir uma candidatura única da bancada ao cargo de 1º vice-presidente da Casa, posto que caberá à legenda.

Hoje, o PMDB tem pelo menos oito pré-candidatos à 1ª vice-presidência: Lúcio Vieira Lima (BA), José Priante (PA), Sérgio de Souza (PR), Carlos Marun (MS), Elcione Barbalho (PA), Valdir Colatto (SC), Fábio Ramalho (MG) e Osmar Serraglio (PR). Com tantas candidaturas, o líder do partido na Câmara, Baleia Rossi (SP), marcou para 31 de janeiro uma eleição interna para escolher o "candidato da bancada".

Para evitar essa divisão, Temer começou a conversar com os pré-candidatos. Na última terça-feira, 24, o presidente se reuniu com Sérgio de Souza (PR). "O presidente sinalizou que quer a unidade da bancada em torno de um só nome", afirmou o deputado.

A avaliação é de que o partido do presidente da República, que vem defendendo candidatura única da base aliada para presidência da Câmara, não pode dar o "mau exemplo" e sair dividido na disputa. Hoje, há dois candidatos de partidos da base aliada ao comando da Casa: o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tenta reeleição, e o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO).

Nesta quarta-feira, 25, Temer recebeu, também no Palácio do Planalto, Carlos Marun, que é vice-líder do governo e da bancada do PMDB atualmente. Após o encontro, Marun afirmou já reavaliar sua candidatura.

O deputado disse que tende a respeitar os correligionários que estão mais empenhados em fazer campanha para ocupar o cargo de 1º vice-presidente da Casa, posto que caberá à legenda. "Eu tinha cogitado colocar meu nome e estou reavaliando, vou conversar com amigos mais próximos", afirmou.

Marun disse ainda que uma eleição interna deixa ruídos na legenda. "De cara, mesmo quem ganha já deixa outros seis bravos", comentou.

O deputado ponderou que esse debate no PMDB deve acontecer apenas na semana que vem e disse que como não está fazendo campanha pela vaga a tendência é de que ele respeite os colegas que estão "mais empenhados". "Tenho visto colegas se empenhando mais do que eu na questão da primeira vice, trabalhando mais pra isso e a tendência é que eu venha respeitar esse trabalho que está sendo feito."

Segundo Marun, Temer não fez pedidos para que ele deixasse de pleitear o cargo e ressaltou que essa é uma questão que tem que ser assimilada pela bancada. "Mas no mínimo tem que afunilar (os números de candidatos)."

Candidaturas avulsas

Apesar disso, três deputados - Ramalho, Serraglio e Colatto - afirmaram a colegas do partido que serão candidatos de qualquer forma, mesmo que não sejam escolhidos pela bancada. O lançamento das chamadas "candidaturas avulsas" é permitido pelo Regimento Interno da Câmara, desde que o candidato avulso seja do mesmo partido que tem direito àquela vaga na Mesa.

Temer também conversou sobre o assunto no Planalto com o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi, nesta terça-feira. Ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), Rossi afirmou que vai determinar que o deputado que disputar a eleição interna para escolher o candidato da bancada à 1º vice-presidente terá de assinar um "termo" de compromisso, comprometendo-se a não lançar candidatura avulsa na hora da eleição no plenário.

Disputa

A 1ª vice-presidência da Câmara está sendo alvo de maior disputa nesta eleição porque será um cargo estratégico na legislatura. Como o Brasil está sem vice-presidente, quando Temer viajar ao exterior é o presidente da Câmara que assumirá o comando do País. Com isso, o 1º vice-presidente da Câmara assumirá automaticamente o comando da Casa.

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