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Temer apresenta plano do PMDB a empresários em São Paulo

O documento é tido como um plano de governo do PMDB alternativo ao governo Dilma


	Michel Temer: a palavra "impeachment", segundo os relatos, não foi usada pelo peemedebista no palco
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: a palavra "impeachment", segundo os relatos, não foi usada pelo peemedebista no palco (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2015 às 20h14.

Brasília - Menos de uma semana depois de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter deferido o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) aproveitou um evento na Fecomércio-SP nesta segunda-feira, 7, para apresentar o documento intitulado "Uma Ponte para o Futuro" a mais de uma centena de empresários.

O documento é tido como um plano de governo do PMDB alternativo ao governo Dilma.

De acordo com a organização, cerca de 150 sindicatos patronais do setor do comércio estavam representados na plateia do auditório a que Michel Temer falou.

A palavra "impeachment", segundo os relatos, não foi usada pelo peemedebista no palco.

"Temer não falou abertamente sobre impeachment, nem faria isso para uma plateia como essa, em uma situação como essa. O clima foi diplomático, político", disse à reportagem um dos presentes.

"Mas é evidente que se mostrou como uma pessoa capacitada", completou outra pessoa que estava na plateia.

Segundo os presentes, Temer falou por cerca de meia hora sobre o plano. Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães, também fez uma breve apresentação aos empresários e referiu-se por diversas vezes ao documento como "plano Temer".

O vice-presidente falou sobre retomada de crescimento econômico, com ajuste nas contas públicas, reformas - em especial a reforma previdenciária - e sobre pacto federativo, com foco em iniciativas para descentralizar o poder no país.

O vice-presidente teria falado ainda sobre relações trabalhistas, defendendo uma maior liberdade nas negociações diretas entre empregados e patrões - um discurso que agrada ao setor empresarial mas causa arrepios entre os principais sindicatos de trabalhadores.

"Ele falou o que a gente queria ouvir, que o país volte a crescer e que estão faltando ideias", afirmou um empresário.

O jurista Ives Gandra Martins, presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio-SP, fez a abertura do encontro. Segundo relatos, ele chegou a chamar Temer de presidente algumas vezes, mas logo se corrigiu e o chamou pelo cargo de vice.

Gandra Martins é um dos maiores defensores do impeachment de Dilma no mundo jurídico e chegou a escrever um parecer favorável ao impedimento da presidente ainda em fevereiro.

"Quando Gandra Martins o chamou de presidente, Temer não conseguiu esconder o sorriso. Ele que costuma ser um homem discreto", comentou outro dos presentes.

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