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Temer age para evitar perda de votos no 2º turno da PEC do teto

O presidente Michel Temer passou a tarde em ligações para parlamentares tentando garantir a presença na semana que vem

Temer: o presidente também manteve a agenda aberta para seguir em contatos com parlamentares (Christopher Goodney/Bloomberg/Bloomberg)

Temer: o presidente também manteve a agenda aberta para seguir em contatos com parlamentares (Christopher Goodney/Bloomberg/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 21 de outubro de 2016 às 11h46.

Brasília - Apesar das negativas de que a prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha tenha efeitos sobre o governo, o Palácio do Planalto teme a influência no Congresso e trabalha para garantir o quórum e os votos para mais uma forte vitória na votação em segundo turno da PEC dos gastos, disse à Reuters uma fonte palaciana.

"Em momentos assim confusos muitos parlamentares 'mergulham'. Muitos preferem não sair dos Estados. O trabalho é para garantir o quórum", disse a fonte.

Recém-chegado de uma semana no exterior, em viagem à Índia e ao Japão, o presidente Michel Temer passou a tarde em ligações para parlamentares tentando garantir a presença na semana que vem.

Nesta sexta-feira, Temer também manteve a agenda aberta, com exceção de um evento de comemoração do dia do Aviador, esta manhã, para seguir em contatos com parlamentares.

Ainda de acordo com a fonte, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também se empenha em tentar garantir o quórum. Desta vez, será Maia que receberá os parlamentares da base aliada para um jantar em sua casa, na noite de segunda-feira, em mais uma tentativa de garantir a presença dos deputados na terça-feira.

O próprio Temer deve participar do encontro. Na semana passada, quando foi votado o primeiro turno da proposta, o presidente recebeu mais de 300 parlamentares para um jantar no Alvorada.

Na ocasião, o governo obteve 366 votos, mas teve mais de 20 traições na base. Em seguida, o Planalto anunciou que "discutiria a relação" com os deputados que votaram contra a PEC.

A intenção era chegar no segundo turno o mais próximo de 400 --número que representa os 12 partidos da base aliada-- em uma demonstração de força, uma vez que o número de 366 já estava garantido e só tendia a aumentar.

Mas a preocupação agora é evitar que haja baixas no número inicial, por conta de um possível quórum menor. O governo teme que um número menor que 366 possa dar sinais ao mercado de uma perda de controle da base e a existência ainda de uma influência de Cunha sobre parlamentares.

Nas conversas por telefone, Temer repete os argumentos de que a aprovação é fundamental para retomada da confiança e do crescimento do país, segundo a fonte, e pede a garantia da presença em plenário na terça-feira.

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