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Temer admite que governo considera ampliar isenção do IR

Questionado depois sobre a previsão para uma decisão, o presidente negou que haja algo concreto

Michel Temer, sobre ampliar a isenção do IRPF: "seria útil, mas é uma coisa complicada. Eu reconheço que é complicado" (Agência Brasil/Agência Brasil)

Michel Temer, sobre ampliar a isenção do IRPF: "seria útil, mas é uma coisa complicada. Eu reconheço que é complicado" (Agência Brasil/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 15 de maio de 2017 às 11h23.

Última atualização em 15 de maio de 2017 às 12h18.

Brasília - O presidente Michel Temer admitiu nesta segunda-feira, em entrevista a rádios regionais, que o governo considera a possibilidade de ampliar a faixa de isenção do imposto de renda e defendeu a utilidade da medida, mas reconheceu que é uma mudança "complicada".

"Houve apenas uma primeira conversa para verificar se seria possível ampliar a faixa limite para o Imposto de Renda. Se for possível é claro, se aumenta a faixa de isenção, está se permitindo que muita gente possa economizar no pagamento do tributo para aplicar no varejo ou onde seja", disse Temer, ao ser perguntado sobre a possibilidade de ampliar a faixa de isenção do IR.

Questionado depois sobre a previsão para uma decisão, o presidente negou que haja algo concreto. Disse que houve "uma breve fala" apenas, mas afirmou que a ampliação da isenção o agrada.

"Se você me perguntar 'seria bom'? Seria bom, porque seria uma maneira de alcançar uma boa margem de trabalhadores que seria beneficiada por isso de um lado, e de outro lado a economia, porque em vez de pagar o tributo usariam isso na economia", afirmou.

"Seria útil, mas é uma coisa complicada. Eu reconheço que é complicado", disse Temer, acrescentando que analisaria "com muito cuidado" a possibilidade, mas que não tem um prazo para decisão.

Reformas

Temer voltou a defender a reforma da Previdência e atribuiu a dificuldade de o governo fechar os votos na Câmara a informações distorcidas que teriam sido passadas à população sobre as medidas que seriam aprovadas. Segundo ele, o eleitorado fica mais resistentes e leva a preocupação aos parlamentares.

O presidente admitiu que o governo espera votar apenas o primeiro turno da reforma na Câmara na última semana deste mês ou na primeira de junho, porque ainda não tem votos suficientes, mas que os líderes partidários estão levantando as resistências na base.

"É claro que o governo apreciaria votar isso o mais rapidamente possível. Mas temos também critérios para fazer essa avaliação. Cada líder de cada partido está levantando nome por nome porque não adianta ter 290 votos e levar para o plenário", disse.

"Você só leva para o plenário se tiver 320, 330 garantidospara assegurar os 308 votos necessários. Então o objetivo, talvez na última semana de maio, talvez na primeira semana de junho, se consiga votar o primeiro turno", explicou.

O cronograma inicial do governo era ter a reforma votada em dois turnos na Câmara até a metade deste mês.

Sobre a reforma trabalhista, Temer informou que deve vetar a cláusula que permite a mulheres gestantes trabalharem em ambientes insalubres com atestado médico, um dos pontos mais criticados no Senado. Mas diz que, em princípio, não deve vetar outros artigos.

Na semana passada, o presidente se reuniu com a bancada do PMDB no Senado Casa e foi acertado que, para evitar que o texto tenha de voltar à Câmara, Temer poderia vetar alguns pontos e editar uma medida provisória para acertar outros.

"Vou examinar com muito cuidado para ver o que eu coloco na MP, se for necessário", disse.

Lava Jato

Questionado sobre as informações de que seu partido, com a sua presença, teria negociado 40 milhões de dólares de propinas da Petrobras, segundo afirmaram executivos da Odebrecht em delação premiada, Temer classificou as versões de "fantasiosas".

"Essas coisas competem ao Poder Judiciário, que vai verificar essas coisas de 'sentado a uma cabeceira, fazendo uma reunião de mafiosos'. Quarenta milhões de dólares é muita coisa. São coisas fantasiosas, mas que pegaram, não é? Divulgou-se muito e tem que ser apurado. Será apurado ao longo do tempo", disse Temer.

O presidente voltou a defender seus oito ministros que tiveram abertos inquéritos pelo Supremo Tribunal Federal com base nas delações da Odebrecht e defendeu sua permanência no governo.

"São ministros de uma competência extraordinária que me ajudam no governo e me permitiram chegar até aqui", disse, acrescentando depois que tudo "será apurado ao longo do tempo" e que seus ministro "não têm preocupação com isso" e apresentarão suas defesas "no momento próprio".

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