Brasil

PL das Fake News: Telegram dispara mensagem a usuários contra projeto

Na semana passada, o governo federal impôs ao Google uma medida cautelar que obrigou a plataforma a destacar como publicidade mensagem semelhante

 (Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

(Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Publicado em 9 de maio de 2023 às 16h06.

Última atualização em 9 de maio de 2023 às 17h10.

Usuários do aplicativo de mensagens Telegram receberam na tarde desta terça-feira, 9, uma mensagem da plataforma se posicionando contra o projeto de lei das Fake News, que está em debate no Congresso Nacional. De acordo com o app, o projeto "irá acabar com a liberdade de expressão".

O ato é mais uma ação das big techs na briga com o parlamento brasileiro. Na semana passada, o governo federal impôs ao Google uma medida cautelar que obrigou a plataforma a destacar como publicidade mensagem semelhante.

Em postagem nas redes sociais, o ministro da Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, classificou como "inaceitável a mensagem". "O Telegram desrespeita as leis brasileiras e utiliza sua plataforma para fazer publicidade mentirosa contra o PL2630. As medidas legais serão tomadas. Empresa estrangeira nenhuma é maior que a soberania do nosso país", disse Pimenta.

Telegram: mensagem enviada aos usuários sobre PL das Fake News. (Reprodução/Reprodução)

Na semana passada, a Câmara adiou a votação do projeto de lei das Fakes News. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), atendeu a um pedido do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). Silva justificou que recebeu um número muito grande de sugestões para serem inseridas no texto desde que o relatório foi entregue. Pesou também a incerteza quanto aos votos necessários para aprovar o texto.

Principais pontos do PL das Fake News

  • Torna obrigatória a moderação de conteúdo na internet para que sejam identificadas, excluídas, ou sinalizadas postagens e contas com conteúdo considerado criminoso.
  • Big techs: redes sociais, ferramentas de busca e aplicativos de mensagens terão de analisar conteúdos considerados ilegais, avaliar riscos sistêmicos de seus algoritmos e se submeter a auditoria externa.
  • Aplicativos de mensagens deverão limitar a distribuição massiva de mensagens
  • Remuneração de empresas jornalísticas: a remuneração a não deve onerar o usuário final que acessa e compartilha sem fins econômicos os conteúdos jornalísticos.
  • Parlamentares terão imunidade também para conteúdos postados por eles nas redes sociais.
  • As empresas deverão impedir o acesso de crianças, verificar a idade dos usuários e vetar a coleta de dados pessoais para perfis comportamentais deste público

Punições

De acordo com o texto, os provedores ficam sujeitos a advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas e multa simples de até 10% do faturamento do grupo econômico no Brasil no seu último exercício ou, ausente o faturamento, multa de R$ 10 até R$ 1 mil por usuário cadastrado do provedor sancionado, limitada, no total, a R$ 50 mil por infração.

Quando houver decisões judiciais para remoção imediata de conteúdo ilícito relacionado à prática de crimes previstos na lei, os provedores terão prazo de até 24 horas.

A multa em caso de descumprimento vai de R$ 50 mil até R$ 1 milhão reais, por hora, a contar do término da 24ª após o recebimento da notificação. Em casos que envolvam publicidade de plataforma o valor da multa poderá ser multiplicado por três.

Decisão contra o Google

A Secretaria Nacional do Consumidor, órgão ligado ao Ministério da Justiça, impôs ao Google uma medida cautelar que obrigou a plataforma a tomar medidas para garantir isonomia nas discussões do PL das Fake News, que institui regras para o combate à desinformação nas redes sociais e para a atividade das empresas de tecnologia no país.

O anúncio da determinação foi feito no dia 2 de maio pelo ministro Flávio Dino e pelo secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous. Após a decisão, a plataforma tirou do ar um link na página inicial que afirmava que o projeto aumentaria a "confusão entre o que é verdade ou mentira no Brasil". O Ministério Público Federal (MPF) apura se o Google violou os direitos dos usuários com a ofensiva contra o texto.

(Com Agência O Globo)

Acompanhe tudo sobre:TelegramFake news

Mais de Brasil

Entenda 'fatiamento' de denúncia contra Bolsonaro e veja quem está em cada grupo

Rio cria canal para denúncias de trabalhadores em calor extremo

Senado aprova projeto que libera emendas bloqueadas em primeira sessão presidida por Alcolumbre

Entenda os argumentos da PGR para denunciar Bolsonaro e outras 33 pessoas por tentativa de golpe