Jonas Lopes de Carvalho: o ex-presidente do tribunal foi o delator do esquema de propinas (Cris Torres/Governo do Rio de Janeiro/Divulgação)
Agência Brasil
Publicado em 3 de abril de 2017 às 16h44.
Em nota divulgada hoje (3), o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) comunicou a realização de sessão plenária para amanhã (4), com conselheiros substitutos.
Será a primeira sessão do órgão após a prisão de cinco dos sete conselheiros no dia 29 de março, na Operação Quinto do Ouro, que investiga esquema de pagamento de vantagens indevidas relacionadas a contratos com órgãos públicos.
O delator do esquema de propinas, conselheiro Jonas Lopes de Carvalho, está fora do país, com a família, em viagem autorizada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Félix Fisher.
Ele presidiu o tribunal de 2011 a 2016.
A convocação foi feita pela conselheira Marianna Montebello Willeman, que exerce interinamente a direção do TCE-RJ, de acordo com o que dispõe o artigo 140 do regimento interno.
De acordo com a nota, os auditores Marcelo Verdini Maia e Andrea Siqueira Martins, substitutos de conselheiros, vão compor o plenário, junto com o auditor substituto Rodrigo Melo do Nascimento, que já vinha participando das sessões.
Sem conselheiros, o tribunal não poderia realizar sessões plenárias. A Lei Complementar 63/90 e o regimento interno do TCE-RJ exigem o mínimo de quatro conselheiros para as sessões.
"Com isso, completa-se o quórum mínimo de quatro conselheiros previsto no Regimento Interno do Tribunal", diz a nota.
Segundo o entendimento da Procuradoria-Geral do Tribunal (PGT), "torna-se antijurídica, na situação atual, a aplicação da limitação legal sobre o exercício dos auditores substitutos em Plenário, já que paralisaria o conselho deliberativo do TCE-RJ".
A decisão será publicada no Diário Oficial amanhã (4).
O comunicado esclarece que os demais setores do Tribunal de Contas continuam trabalhando "sem qualquer interrupção das atividades no âmbito da Secretaria-Geral de Controle Externo".