Desabamento nas Obras da Linha 6 do metrô, na Marginal Tietê, altura da ponte Freguesia do Ó, na cidade de São Paulo, SP, nesta terça feira, 01. (RONALDO SILVA/Estadão Conteúdo)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 2 de fevereiro de 2022 às 19h54.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2022 às 19h55.
A tuneladora usada nas escavações para a Linha 6-Laranja do Metrô ficou alagada e está presa após o acidente no canteiro de obras na Marginal Tietê, em São Paulo, na manhã de terça-feira, 1º. O chamado 'tatuzão' ficou inundado com o esgoto que vazou com o rompimento de tubulação da Sabesp. As causas ainda estão sendo investigadas.
Em entrevista ao G1, o secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Paulo Galli, disse que o equipamento de perfuração ficou danificado. "Obviamente esse tatuzão vai ter que ser todo reformado, já está sendo comprado todo o equipamento, para que a gente possa rapidamente fazer a recomposição do tatuzão para que ele volte a operar", disse.
Com o acidente, uma cratera se formou na Marginal Tietê, no sentido Ayrton Senna, e aumentou consideravelmente ao longo da terça-feira. Pela manhã, uma das faixas do corredor local da Marginal tinha caído totalmente dentro do buraco. No fim da tarde, a erosão consumiu três faixas e continuou aumentando até o início das obras.
Lucio Matteucci, diretor da Acciona, explicou que desde a terça-feira, 1º de fevereiro, o primeiro trabalho foi de estabilizar o solo, com a colocação de mais de 3 mil metros cúbicos de pedras e armagassa dentro da cratera que se formou, e do poço de ventilação, que será fechado até que o solo tenha sustentação.
"Se a gente continuar avançando bem, com o preenchimento da cava, talvez não precise fazer estacas de sustentação, e, com isso, vai ter um avanço maior na recuperação original", disse Matteucci em coletiva de imprensa nesta quarta-feira.
Após o trabalho de estabilização do solo, será feita a drenagem de todo o esgoto, para ter acesso ao túnel e saber quais os reais danos causados ao tatuzão. O trabalho será feito pelo lado oposto ao da obra, na margem direita da Marginal Tietê.
Ainda de acordo com o diretor da Acciona, a tuneladora passava por baixo, a cerca de 3 metros, de um estrutura da Sabesp que capta esgoto para levar ao tratamento. A escavação já tinha passado embaixo do leito do Rio Tietê, cerca de 14 metros abaixo, e estava muito próxima de chegar ao poço de ventilação.
Apesar do acidente, as outras frentes de trabalho da Linha 6-Laranja do Metrô continuam operando normalmente e não foram inundadas.