O secretário Municipal de Transportes, Jilmar Tatto: ele ouviu queixas de moradores das zonas sul, norte e oeste e principalmente da zona leste a respeito dos cortes nas linhas (José Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 08h11.
São Paulo - Após ouvir queixas de usuários dos ônibus municipais em um debate organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) na noite desta quinta-feira, 20, o secretário Municipal de Transportes, Jilmar Tatto, anunciou a suspensão de divisões de linhas. "O seccionamento está congelado e qualquer mudança que venha a ser feita será com ampla divulgação e informação ao cidadão."
O ato do MPL debateu a divisão de grandes linhas de coletivos que ligam bairros e centro em ramais menores, obrigando baldeação em terminais.
Na frente da Prefeitura, o ato terminou com a entrega de uma catraca pintada de dourado ao secretário. Segundo o MPL, o item simbolizava o "primeiro prêmio catraca" e foi concedido a Tatto "pelos serviços prestados aos empresários de ônibus" da cidade.
A partir das 18h30, o debate reuniu cerca de 200 pessoas e durou cerca de 1h30. Tatto ouviu queixas de moradores das zonas sul, norte e oeste e principalmente da zona leste a respeito dos cortes nas linhas. Entre as falas havia acusações de que a secção beneficiava os empresários porque eles ganhariam duas vezes caso um passageiro tivesse de embarcar em dois ônibus para fazer o mesmo trajeto.
O secretário se defendeu e afirmou que o objetivo da medida era dar mais agilidade aos veículos e acabar com a sobreposição das linhas. O discurso, no entanto, não convenceu. "Como se secciona uma linha sem ter a infraestrutura dos corredores de ônibus? É falta de planejamento ou é para aumentar os custos?", questionou Rafael Siqueira, um dos manifestantes.
Ao fim do ato e aparentando constrangimento pelo prêmio, Tatto defendeu o diálogo com o MPL e disse não ter medo de estudantes nem de manifestações. "São movimentos legítimos que precisam ser ouvidos", afirmou.
A integrante do MPL Mayara Vivian disse ao secretário, enquanto entregava a catraca, que o diálogo era importante, mas o movimento vai para "cima". "Às vezes, a cidade fica em chamas", disse a ativista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.