Questionados, prefeito e governador não deram nenhuma dica sobre quanto será o reajuste nem se as passagens continuarão com o mesmo preço nos ônibus e no sistema Metrô-CPTM (Francisco Emolo/Jornal da USP)
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2013 às 09h44.
São Paulo - Os paulistanos terão de preparar o bolso, já que as tarifas de metrô, trens e ônibus vão subir no mesmo dia. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) confirmaram nesta sexta-feira, 17, que os reajustes estão previstos para o dia 1.º de junho, exatamente daqui a duas semanas. O aumento, no entanto, deve ficar abaixo da inflação.
Somente pelo sistema de ônibus da São Paulo Transporte (SPTrans), circulam diariamente 4,5 milhões de passageiros, em média. Boa parte deles também usa o metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que, juntos carregam 7,2 milhões de usuários por dia útil.
Nem Alckmin nem Haddad disseram qual será o novo valor. A tarifa custa hoje R$ 3. No caso dos ônibus, o último a
umento foi em 5 de janeiro de 2011. De lá até o mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou acúmulo de 14,8%. Se o valor fosse atualizado com base nessa taxa, a passagem subiria para R$ 3,44. Mas, segundo Haddad, o reajuste será menor. "A orientação que eu dei para a Secretaria de Transportes é de que o reajuste seja inferior ao da inflação acumulada desde o último reajuste", disse o prefeito.
Haddad declarou que, como a passagem está há quase dois anos e meio com o mesmo valor, a Prefeitura tem feito "um esforço muito grande" para compensar o custo do serviço. "Onera os cofres públicos, porque eu tenho um contrato de concessão e a remuneração do concessionário independe do preço da tarifa. Se a tarifa não aumenta, aumenta o subsídio."
Indefinição
Alckmin e Haddad disseram que o aumento será definido na semana que vem. Os valores ainda precisam ser apreciados pelo Legislativo. A data-limite para que os governos municipal e estadual enviem suas propostas para a Assembleia Legislativa e para a Câmara Municipal, respectivamente, é de cinco dias úteis antes da data do reajuste.
Questionados, prefeito e governador não deram nenhuma dica sobre quanto será o reajuste nem se as passagens continuarão com o mesmo preço nos ônibus e no sistema Metrô-CPTM. Até o ano passado, por exemplo, os ônibus eram um pouco mais caros do que a rede sobre trilhos.
Isso mudou no último reajuste feito por Alckmin, em fevereiro de 2012, quando a tarifa dos trens e do metrô subiu de R$ 2,90 para R$ 3. Os governos municipal e estadual se articulam para encontrar um valor comum para a tarifa dos sistemas.
O Sindicato dos Metroviários informou que a tarifa do Metrô vai subir para R$ 3,40. A informação, segundo sindicalistas, vem circulando no Metrô desde fevereiro.
Alckmin não comentou sobre o valor divulgado pela entidade. "O número está sendo fechado. A gente sempre procura fazer isso: ver qual a inflação do período e dar um ganho de eficiência e produtividade para o usuário, ou seja, não repõe totalmente a inflação. Fica um pouco abaixo dos custos da tarifa do serviço."
Outro valor aventado é o de R$ 3,30. Treze cidades na Região Metropolitana de São Paulo, entre elas Guarulhos e Osasco, reajustaram suas passagens para esse patamar entre o fim de 2012 e o início deste ano.