Brasil

Tarcísio abre nova frente de concessões ao encaminhar leilão de travessias de balsas

Governo paulista recebeu aval de deputados para leiloar 14 trechos, incluindo acessos no litoral, na região metropolitana e em Paraibuna

Projeto autoriza a concessão de 14 travessias de balsas em São Paulo (Governo de SP/Divulgação)

Projeto autoriza a concessão de 14 travessias de balsas em São Paulo (Governo de SP/Divulgação)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 15 de abril de 2025 às 19h47.

Última atualização em 15 de abril de 2025 às 19h52.

Tudo sobreTarcísio Gomes de Freitas
Saiba mais

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou, nesta terça-feira, 15, o projeto do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que autoriza a concessão de 14 travessias de balsas no estado. Além de abrir uma nova frente de parcerias público-privadas, que já envolveu rodovias, escolas e linhas de trem

A ideia do governo é realizar uma concessão patrocinada, ou seja, com aporte superior a 70% do valor total do investimento, por considerar que se trata de um sistema deficitário e que não geraria interesse do setor privado sem incentivos. Foi por conta desse percentual elevado que o projeto teve de receber o aval da Alesp.

O contrato deve ceder a administração das travessias aquáticas por 20 anos e substitui o atual modelo, baseado em uma série de licitações para a maioria das travessias. Outra parte da malha na região metropolitana é operada pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), privatizada no governo Tarcísio com a garantia de que o gerenciamento seria transferido.

Do total de R$ 1,05 bilhão em investimentos previstos, R$ 725 milhões saem dos cofres públicos estaduais. A concessionária ainda pode receber uma contraprestação de R$ 311 milhões por ano, mas o valor pode ser reduzido a depender das propostas recebidas na B3 e do cumprimento de itens a serem estabelecidos em contrato.

Nas contas da Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), o mercado pode prever lucro na operação financeira a partir de nove anos e meio. O leilão e a assinatura do contrato estão previstos para o 2º semestre.

— Sabendo que é um sistema deficitário, o poder público tem, sim, que colocar recurso, diferentemente de outros comuns que ficam só na tarifa do usuário. Não vamos alterar nada do sistema tarifário, o que é gratuito permanece e as mesmas tarifas continuam — disse a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de SP (Semil), Natália Resende, em audiência pública. Resende adiantou ainda que pretende estabelecer pelo menos cinco critérios de qualidade para a remuneração: manutenção das embarcações, atendimento mesmo em período atípicos, pontualidade na oferta, quantidade de viagens realizadas e redução das filas.

As receitas tarifárias e acessórias ficam com a concessionária, ajudando a custear a estrutura e bancar parte das reformas, aquisições de equipamentos, automação de cobrança e construção de novos terminais. Mas, cabe ao poder público determinar o valor das tarifas. O governo Tarcísio promete não alterar os esquemas de gratuidade, seja para veículos ou passageiros, e diz que constará em contrato a compra de modelos elétricos. A ausência dessas previsões no projeto de lei aprovado, porém, gerou reclamações e votos contrários de deputados de oposição, como PT e PSOL.

O líder do PT, deputado Antonio Donato (PT), reclamou que um projeto que custará R$ 8 bilhões ao estado ao longo de duas décadas continha apenas dois parágrafos e que a base aliada de Tarcísio articulou pela rejeição de todas as emendas apresentadas. Algumas delas assumiam o compromisso pela gratuidade e manutenção das tarifas no período, enquanto outras exigiam a priorização de veículos não poluentes ao reforçar a frota. O governo argumenta que essas questões são contratuais e as condições serão mantidas no edital.

— Não dá para essa Assembleia ser carimbadora de cheque em branco, sem nenhuma sensibilidade do governo para aceitar algumas emendas sobre o que ele diz ser a favor, mas não aceita no texto da lei. É mais absurdo ainda e evidente que a gente tem que desconfiar. Por que eu tenho que acreditar que daqui a 5, 10 ou 15 anos não vai ter um reequilíbrio econômico e financeiro e se retirar direitos da população? — argumentou o deputado.

Balsas sob gestão privada

  • Litoral Norte: São Sebastião – Ilhabela.
    Litoral Centro: Santos – Vicente de Carvalho, Santos – Guarujá e Bertioga – Guarujá.
  • Litoral Sul: Cananéia – Ilha Comprida, Iguape – Juréia, Cananéia – Continente e Cananéia – Ariri.
  • Região Metropolitana de São Paulo: Bororé – Grajaú; Taquacetuba – Bororé; João Basso – Taquacetuba.
  • Paraibuna: Porto Paraitinga, Porto Varginha e Porto Natividade da Serra.
Acompanhe tudo sobre:Tarcísio Gomes de FreitasEstado de São PauloInfraestrutura

Mais de Brasil

Sindicato dos professores de SP confirma greve; Justiça determina 70% do quadro

Bolsonaro segue na UTI em 'estabilidade clínica e sem dor', diz boletim médico

Quando vai fazer frio intenso no Brasil novamente? Veja previsão

Entenda os impactos da decisão do STF que suspendeu processos de 'pejotização', incluindo MEIs