House of Cards: (foto/Divulgação)
Luísa Granato
Publicado em 17 de maio de 2017 às 22h24.
Última atualização em 30 de maio de 2017 às 16h57.
São Paulo - Desde que começou o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, parece que o Brasil vive em constante clima de reviravoltas políticas dignas de ficção.
No episódio de hoje, foi revelada pelo jornal O Globo que o presidente Michel Temer deu aval para a compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, em gravação do empresário Joesley Batista, um dos controladores da JBS.
Com um enredo assim, a série House of Cards, da Netflix, jogou a toalha no Twitter:
Tá difícil competir.
— House of Cards (@HouseofCards) May 17, 2017
Continuando a piada, a Netflix Brasil comentou que precisaria de 20 roteiristas premiados para fazer uma versão brasileira de House of Cards. A série é um drama político que acompanha um congressista americano pragmático que ambiciona governar o mundo.
Eu até tentaria, mas se eu reunisse 20 roteiristas premiados não conseguiria chegar numa história à essa altura...
— netflixbrasil (@NetflixBrasil) May 18, 2017
Segundo a reportagem d'O Globo, o empresário da JBS entregou à PGR uma gravação, feita em 7 de março no Palácio do Jaburu, em que ele aparece contando a Temer que estava dando a Eduardo Cunha, preso desde outubro do ano passado, ao operador Lúcio Funaro, uma mesada para que ficassem calados. Diante da informação, o presidente teria respondido: “Tem que manter isso, viu?”.
Segundo Joesley Batista, a ideia de dar uma mesada para Cunha em troca de seu silêncio não teria partido de Michel Temer, mas a proposta teria pleno conhecimento do presidente.
De acordo com o jornal, a gravação feita por Joesley é parte da declaração que os controladores da JBS deram à Procuradoria-Geral da República em abril e que teria sido confirmada por ele e seu irmão Wesley ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é responsável pelas ações da operação Lava Jato no Supremo.
Em nota, o presidente Michel Temer nega que tenha solicitado pagamentos para obter o silêncio de Cunha. “O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República”, afirma a nota enviada na noite desta quarta-feira.