Nas primeiras horas de hoje, homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro, entraram na comunidade (Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro/Marino Azevedo/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2012 às 21h04.
Rio de Janeiro - A polícia prendeu 12 suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas na Favela da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense, depois da ocupação da comunidade na madrugada desta terça-feira.
Nas primeiras horas de hoje, homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro, entraram na comunidade para ''devolver a tranquilidade'' aos moradores, depois que a quadrilha que controla o tráfico de drogas no bairro foi acusada de matar seis jovens, um pastor e um cadete da PM.
A maioria dos suspeitos capturados foi detida com drogas e dinheiro em seu poder, durante as buscas para encontrar os responsáveis pelas oito mortes.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (Seseg), a ação na comunidade aconteceu como uma resposta urgente para devolver a paz à região. ''Reduzir drasticamente e de forma permanente a presença do crime naquela localidade'', aponta nota do órgão.
Segundo a Seseg, os cerca de 120 policiais do Choque e do Bope ficarão na favela por tempo indeterminado e prepararão terreno para a implantação de uma Companhia Destacada - uma força policial de caráter permanente, com foco no policiamento ostensivo - na região.
''Com essas medidas - de caráter extraordinário e emergencial - a Secretaria de Segurança deixa claro que ações de extrema violência, por parte do tráfico ou de quaisquer outros grupos de criminosos, terão pronta resposta policial, com foco estratégico na presença permanente das forças de segurança pública em áreas conflagradas pelo crime, estabelecendo assim as bases para um novo ambiente de pacificação'', aponta nota do órgão de segurança fluminense.
A polícia acusa os traficantes que atuam na Favela da Chatuba de serem os responsáveis pelo massacre de seis jovens entre 16 e 19 anos, cujos corpos foram encontrados na segunda-feira em um beco no bairro Jacutinga, às margens da Rodovia Presidente Dutra, também em Mesquita.
Os jovens tinham saído de casa no sábado passado rumo a uma cachoeira, e logo depois foram declarados desaparecidos. Nesta segunda-feira, os corpos das vítimas foram encontrados enrolados em lençois, com diversos ferimentos a bala e sinais de tortura.
A investigação aponta que o assassinato ocorreu apenas pelo fato dos jovens terem passado no bairro em que os traficantes rivais à quadrilha que atua na Chatuba, exerce domínio. ''Não temos dúvidas que os traficantes da favela da Chatuba mataram os rapazes'', afirmou o delegado Julio da Silva Filho, da 53ª DP (Mesquita).
Os jovens foram velados nesta terça-feira, em cerimônia coletiva, que foi acompanhada por centenas de pessoas, no Ginásio Municipal de Nilópolis, cidade vizinha a Mesquita.
Os mesmos bandidos são acusados de terem envolvimento nos assassinatos de um cadete da Polícia Militar e de um pastor evangélico, no sábado. Além disso, uma pessoa que estava com o religioso é considerada desaparecida.
Entre os 12 presos, está um casal detido em casa com 433 papelotes de cocaína e 41 pedras de crack. Além disso, foi detido um homem identificado como Luis Alberto Ferreira de Oliveira, o ''Beto Gorducho'', com 50 gramas de cocaína e R$ 15 mil em dinheiro.
A Companhia Destacada que será instalada na Chatuba não faz parte do projeto de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), instaladas na em comunidades dominadas pelo tráfico de drogas na cidade do Rio de Janeiro.