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Suspeitos de terrorismo ultrapassaram limite, diz Jungmann

Segundo o ministro, as investigações mostram que a organização saiu da "possibilidade" para a "probabilidade" de implementar as ações


	Raul Jungmann: segundo o ministro, as investigações mostram que a organização saiu da "possibilidade" para a "probabilidade" de implementar as ações
 (ABr/Arquivo)

Raul Jungmann: segundo o ministro, as investigações mostram que a organização saiu da "possibilidade" para a "probabilidade" de implementar as ações (ABr/Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2016 às 16h43.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, classificou hoje (21) de amador o grupo preso pela Polícia Federal (PF) suspeito de preparar atos terroristas no país.

No entanto, segundo Jungmann, o grupo, mesmo amador, ultrapassou "o limite" ao passar a preparar um ataque no Brasil. O ministro chegou a classificar a organização de "porra-louquice".

Segundo o ministro, as investigações mostram que a organização saiu da "possibilidade" para a "probabilidade" de implementar as ações e que, para evitar riscos, os membros foram detidos.

Apesar do amadorismo, o grupo foi preso, conforme Jungmann, com base na lei antiterrorismo que considera crime atos preparatórios. "Não sei se foi divulgado o vídeo deles, é de um amadorismo [...] Me perdoem o linguajar, um tanto vulgar, mas é uma 'porra-louquice', quer dizer, de fato, é um grupo que não tem, digamos, nenhuma tradição, algo que pudêssemos dizer como preparativo histórico, o que for, com relação aos Jogos", disse Jungmann.

A PF prendeu dez brasileiros, que se denominavam Defensores da Sharia (lei islâmica). De acordo com as investigações, o grupo fez juramento pela internet, conhecido como “batismo”, do Estado Islâmico e não teve contato direto com integrantes do grupo terrorista.

 A Polícia Federal monitorou mensagens trocadas pelo grupo em redes sociais como Telegram e WhatsApp e descobriu ações preparatórias como planejamento para início de treinamento de artes marciais e o contato feito com um site de armas clandestinas no Paraguai para a compra de um fuzil. Os homens foram detidos em dez diferentes estados, durante a Operação Hashtag, a 15 dias do início da Olimpíada. 

As pessoas detidas hoje vão responder pelos crimes de promoção de organização terrorista e planejamento de terrorismo, previstos na Lei 13.260/2016, que entrou em vigor em março deste ano.  

A pena é de cinco a oito anos de prisão, no caso do primeiro crime, mais uma multa. Para quem executa atos preparatórios, a pena varia de três a 15 anos de prisão.

Sigilo

O ministro da Defesa fez um sobrevoo por estruturas que vão receber competições olímpicas, no Rio de Janeiro. Ele também conheceu estruturas de Defesa Setoriais (CDS), administrada pelas Forças Armadas, na Vila Militar, na zona norte.

Segundo Jungmann, as prisões teriam sido mantidas em sigilo, a pedido do juiz da 14ª Vara Federal em Curitiba - que analisa o caso, mas acabaram se tornando públicas, após a esposa de um dos detidos fazer uma declaração pública na rede social Facebook.

Mesmo assim, a poucas semanas da Olimpíada, o ministro disse que o "estresse pré-grande eventos", insuflado pelas trágicas cenas da ação terrorista em Nice, na França, acompanha qualquer sede dos jogos.

Jungmann também assegurou que, nenhum integrante do Estado Islâmico veio ao Brasil, que é monitorado por órgãos de inteligência nacional e de países como a França, os Estados Unidos, a Inglaterra e Israel. O Brasil, afirmou, com ações de inteligência, das forças policias e militares tem condições de antecipar quaisquer ameaça aos Jogos.

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