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Suspeito de desvios, prefeito de Mangaratiba está foragido

A Câmara Municipal de Mangaratiba gastou de forma irregular mais de R$ 17 milhões com viagens e cursos

Salário: o objetivo, segundo o MP do Rio, era desviar recursos públicos para os políticos investigados (iStock/Thinkstock)

Salário: o objetivo, segundo o MP do Rio, era desviar recursos públicos para os políticos investigados (iStock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de setembro de 2018 às 14h00.

O prefeito interino de Mangaratiba (RJ), Vitor Tenório Santos, do PDT, e os ex-presidentes da Câmara Municipal Edison Ramos e Pedro Bertino Jorge Vaz tiveram a prisão decretada e ontem (31) eram considerados foragidos da Justiça.

De acordo com as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro, de janeiro de 2010 a agosto do ano passado, a Câmara Municipal de Mangaratiba gastou de forma irregular mais de R$ 17 milhões com viagens e cursos. O objetivo, segundo o MP do Rio, era desviar recursos públicos para os políticos investigados.

Durante o período em que o “esquema de viagens” esteve em vigor, os suspeitos autorizaram 6.691 diárias para eles mesmos.

Alguns “detalhes” chamaram atenção dos investigadores, conforme o Ministério Público. Um deles é que a maioria dos “cursos” autorizados eram realizados na Região Nordeste, principalmente em “cidades turísticas”, como Maceió, Recife, Salvador e Porto Seguro, e sempre aos fins de semana.

As hospedagens, ainda de acordo com o MP do Rio, incluíam estadia em “resorts de luxo” e pagamentos de “despesas extras”, bancadas com dinheiro público.

‘Curso’. Em um dos casos, um curso custou aos cofres públicos mais de R$ 625 mil. Em comparação, segundo cálculo do MP-RJ, um mestrado em administração pública na Fundação Getulio Vargas (FGV) custa, no máximo, R$ 60 mil.

Além disso, o Ministério Público considerou que os cursos realizados não tinham nenhuma relação com o interesse público, “servindo apenas para mascarar um esquema que oferecia vantagens econômicas” aos investigados.

Se comprovadas as suspeitas, os envolvidos vão responder por crimes como associação criminosa, desvio de dinheiro público e dispensa indevida de licitação. Os políticos também foram suspensos de suas funções públicas.

As defesas do prefeito de Mangaratiba e dos ex-presidentes da Câmara Municipal não foram localizadas pela reportagem do Estado até a conclusão desta edição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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