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Supremo, enfim, julga primeiro réu da Operação Lava-Jato

Nesta terça-feira, o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) será o primeiro réu a ter o caso apreciado pela Suprema Corte

NELSON MEURER: deputado de PP pode ser o primeiro político a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal na Operação Lava-Jato / Viola Junior/Câmara dos Deputados (Viola Junior/Câmara dos Deputados/Reprodução)

NELSON MEURER: deputado de PP pode ser o primeiro político a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal na Operação Lava-Jato / Viola Junior/Câmara dos Deputados (Viola Junior/Câmara dos Deputados/Reprodução)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 15 de maio de 2018 às 06h10.

Última atualização em 15 de maio de 2018 às 08h27.

Mais de quatro anos depois do início da Operação Lava-Jato, é chegada a hora do primeiro julgamento de um político com foro privilegiado pelo Supremo Tribunal Federal. Nesta terça-feira, o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) será o primeiro réu a ter o caso apreciado pela Suprema Corte. O inquérito, que o acusa de receber parte de 357,9 milhões de reais em 161 repasses ao PP entre 2006 e 2014, chegou aos ministros em março de 2015. A denúncia foi aceita em junho de 2016.

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Segundo a Procuradoria-Geral da República, o deputado paranaense teria recebido 29,7 milhões de reais ao todo, em repasses mensais de 300.000 reais. O caso foi descoberto quando Meurer foi citado na primeira leva de delações da Lava-Jato. O dinheiro foi distribuído ao partido pelas mãos da dupla Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, primeiros colaboradores do esquema da Petrobras.

A defesa do parlamentar diz que não há provas de seu envolvimento e a denúncia da PGR se baseia apenas nos depoimentos de Youssef e Costa. Os advogados tentaram, inclusive, um adiamento do julgamento em virtude da ausência de Dias Toffoli na composição desta terça da Segunda Turma, que aprecia o caso. O ministro está em viagem oficial à Rússia, para o 8º Fórum Jurídico Internacional de São Petersburgo.

Sem Toffoli, a decisão está nas mãos de Edson Fachin, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello. Com dois votos a favor de Meurer, pode-se protocolar os embargos infringentes, deixando mais elásticas as chances de reversão da condenação. Nestes quatro anos, a primeira instância condenou 123 pessoas na Lava-Jato, expediu 103 mandados de prisão preventiva e 118 temporárias, além de 40 sentenças. O Supremo pode hoje sair do zero.

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