Lausanne - A Justiça suíça suspeita que o esquema de remessas ilegais para contas no paraíso fiscal envolvendo o escândalo da Petrobras movimentou um volume de recursos superior aos US$ 23 milhões já bloqueados.
Entre os suspeitos de terem enviado dinheiro para contas na Suíça estão o suposto operador do PMDB, Fernando Soares, o Baiano, e Renato Duque, o ex-diretor de Serviços da Petrobrás.
Ontem, uma delegação de procuradores brasileiros que trabalham na Operação Lava Jato esteve em Lausanne por mais de quatro horas revisando documentos e movimentações bancárias colhidas pela Justiça suíça.
O acesso aos documentos ocorreu nos escritórios do Ministério Público suíço e continuará hoje. Além de identificar quem enviou os recursos para as contas na Suíça, os brasileiros tentam desenhar o caminho dos recursos para fazer a denúncia formal.
Os procuradores Delton Dallagnol e Orlando Martello, que integram a delegação, também negociam com os suíços um acordo para acelerar o repatriamento de US$ 23 milhões depositados em cinco contas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. O dinheiro está congelado.
Pelos acordos assinados pelos suíços, recursos bloqueados apenas são enviados ao País de origem se a Justiça que o investiga condena o suspeito em última instância. No caso do ex-prefeito Paulo Maluf, os recursos levaram mais de 10 anos para voltar aos cofres públicos.
Os executivos citados no escândalo da Petrobras são investigados criminalmente na Suíça por lavagem de dinheiro, mas as autoridades locais não informam os nomes das pessoas investigadas em processo sob segredo de justiça.
De acordo com os suíços, não foi a Justiça brasileira que pediu ajuda para os suíços, mas o contrário. A previsão é de que a conclusão da investigação e eventual indiciamento ocorram em 2015.
Se condenados, os envolvidos no caso poderiam pegar entre três e cinco anos de prisão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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1. Lava Jato
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1/10 (Divulgação/ Polícia Federal)
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2. Odebrecht
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2/10 (Paulo Fridman/Bloomberg)
A empresa divulgou nota em que afirma que a Polícia Federal esteve em seu escritório no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, para cumprir mandado de busca e apreensão de documentos, expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras. “A equipe foi recebida na empresa e obteve todo o auxílio para acessar qualquer documento ou informação buscada”, diz a nota da empresa. A Odebrecht afirma ainda que “está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário”.
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3. UTC Engenharia
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3/10 (Divulgação)
A empresa afirmou que “colabora desde o início das investigações e continuará à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias”.
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4. OAS
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4/10 (Divulgação/PAC)
A OAS afirmou que “foram prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em visita à sua sede em São Paulo”. A empresa diz ainda que “está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações”.
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5. Engevix
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5/10 (Divulgação/ Engevix)
Contatada por EXAME.com, a empresa afirmou apenas que “por meio dos seus advogados e executivos, prestará todos os esclarecimentos que forem solicitados”.
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6. Galvão Engenharia
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6/10 (Divulgação/ Galvão Engenharia)
Em nota, a Galvão Engenharia afirmou que "tem colaborado com todas as investigações referentes à Operação Lava Jato e está permanentemente à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários".
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7. Queiroz Galvão
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7/10 (Divulgação)
A empresa se manifestou através de nota: "A Queiroz Galvão reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação em vigor e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários."
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8. Camargo Corrêa
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8/10 (Divulgação)
Em nota, a Camargo Corrêa disse que sempre esteve à disposição das autoridades. Veja a nota: “A Construtora Camargo Corrêa repudia as ações coercitivas, pois a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades e vêm colaborando com os esclarecimentos dos fatos.”
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9. Mendes Junior
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9/10 (Divulgação)
"O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, estava em viagem com a família na manhã desta sexta-feira (14/11). Assim que soube do mandado de prisão, tomou providências para se apresentar ainda hoje à Polícia Federal em Curitiba (PR). A Mendes Júnior está colaborando com as investigações, contribuindo para o acesso às informações solicitadas."
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10. Iesa
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10/10 (Divulgação IESA)
EXAME.com não conseguiu contato com nenhum porta-voz da empresa até a publicação da reportagem.