Suíça: país está coletando informações financeiras de pessoas de 41 nações, entre elas o Brasil (foto/Getty Images)
EFE
Publicado em 18 de julho de 2018 às 19h12.
São Paulo - O ministro de Finanças da Suíça, Ueli Maurer, disse nesta quarta-feira que a cooperação com o Brasil no combate à corrupção evoluiu e que a troca de informações entre os dois países é "muito frutífera".
"As autoridades brasileiras estão muito comprometidas com o combate à corrupção e a troca de informações e experiências entre a Suíça e o Brasil é muito frutífera nessa área", afirmou Maurer em entrevista coletiva realizada em São Paulo.
O ministro lidera uma delegação que está no Brasil para explorar oportunidades no uso de novas tecnologias para empresas do setor financeiro, as chamadas fintechs, e estreitar os laços econômicos entre os dois países.
Perguntado sobre a colaboração entre os dois países dentro da Operação Lava Jato, Maurer indicou que várias questões técnicas ainda precisam ser respondidas, mas que há "evolução".
"Do ponto de vista jurídico é um caso muito difícil de se trabalhar, mas há evolução", destacou o ministro.
Brasil e Suíça assinaram em maio um acordo para eliminar a dupla tributação sobre o imposto de renda e prevenir assim a sonegação. Antes, em novembro de 2015, os dois países firmaram um pacto para trocar de informações em questões tributárias e depois assinaram uma declaração conjunta para troca automática de informações fiscais.
O ministro disse que a Suíça está coletando informações financeiras de pessoas de 41 países, entre eles o Brasil. Os dados serão apresentados às autoridades pertinentes em setembro de 2019.
"O intercâmbio de informações entre as autoridades fiscais de um país e de outro tem por objetivo identificar que contribuintes não estão pagando seus impostos e fazer com que eles paguem devidamente", explicou o ministro.
No entanto, Maurer explicou que não há muitos brasileiros nesta lista que está sendo elaborada pelo governo suíço.
"O Brasil já teve duas anistias fiscais recentemente. Por causa disso, partimos do princípio de que haverá poucos contribuintes que não participaram disso e que ainda têm dinheiro na Suíça", disse ele, citando o recente programa de repatriação fiscal realizado pelo governo de Michel Temer.