Collor: o veículo foi apreendido em uma das fases da Operação Lava Jato, mas foi devolvido ao parlamentar por uma decisão da Corte
Agência Brasil
Publicado em 23 de novembro de 2016 às 18h18.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki pediu hoje (23) parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) para decidir sobre o pedido feito pelo Bradesco para apreensão de um carro Lamborghini Aventador que pertence ao senador Fernando Collor (PTC-AL).
O veículo foi apreendido em uma das fases da Operação Lava Jato, mas foi devolvido ao parlamentar por uma decisão da Corte. O carro é avaliado em mais de R$ 3 milhões.
Ao Supremo, os advogados do banco explicaram que a empresa Água Branca, ligada ao senador, deixou de pagar as parcelas do financiamento do carro em junho deste ano.
Segundo o banco, em 2014, Collor fez, por meio da empresa, um financiamento de R$ 1,6 milhão, que seria pago em 60 parcelas de R$ 39,3 mil.
Como as parcelas deixaram de ser pagas, a instituição bancária recorreu à Justiça de São Paulo para tomar o carro, mas a decisão do STF impediu a apreensão da Lamborghini.
Quatro carros de luxo - entre eles a Lamborghini - foram apreendidos na residência do senador em julho de 2015, durante a Operação Politeia, um dos desdobramentos da Lava Jato.
A apreensão dos carros foi requerida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O procurador acusa Collor de receber cerca de R$ 26 milhões de propina em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Pelas acusações, o senador foi denunciado ao Supremo pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Em outubro do ano passado, o ministro do STF Teori Zavascki atendeu a pedido da defesa de Collor e determinou que a Polícia Federal devolvesse uma Ferrari, uma Lamborghini, um Land Rover e um Bentley ao parlamentar, que deverá guardá-los sob a condição de fiel depositário.
Os advogados alegaram que os carros de luxo precisam de cuidados especiais e não podem ficar no depósito da PF.