Ministro Edson Fachin: o senador pedia que a denúncia contra a petista ficasse suspensa até julgamento da prestação de contas do governo (Carlos Humberto/SCO/STF)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2016 às 17h46.
Brasília - O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou em decisão monocrática um pedido de senador Telmário Mota (PDT-RR) para anular todo o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O parlamentar pedia que a denúncia contra a petista ficasse suspensa até o julgamento da prestação de contas do governo de 2015.
Nesta quinta-feira, em sessão que se estendeu por mais de sete horas e avançou na madrugada desta sexta, o plenário do STF julgou cinco ações ajuizadas que questionavam o impeachment de Dilma, incluindo o recurso do governo para tentar suspender a votação marcada para domingo.
Todos os pleitos foram rejeitados e a Corte manteve a sessão da Câmara que irá decidir pela aceitação ou não do impeachment de Dilma, bem como a ordem de votação estabelecida pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O pedido protocolado por Telmário Mota chegou à Corte ontem no período da tarde, pouco antes do início da sessão extraordinária que discutiu os recursos contra o impeachment.
No despacho em que negou o pedido do senador, Fachin disse que não cabe ao Supremo "sobrepor o seu juízo" sobre a existência de crime de responsabilidade praticado pela presidente da República ao juízo que será formado pelo Congresso.
"Nessa linha, condicionar, ou não, à prévia manifestação do Congresso Nacional sobre as contas da Presidente da República, a configuração de atos de execução orçamentária como crime de responsabilidade significaria usurpar a competência exclusiva do Parlamento de proceder ao juízo de mérito", escreveu o ministro.
Fachin escreveu, no despacho, o que disse na sessão de ontem sobre a votação do impeachment. Segundo ele, o plenário da Câmara deve se debruçar sobre a denúncia original de impeachment, sem extrapolar para outros temas.
Por esse entendimento, os parlamentares devem se restringir a discussões sobre a edição de decretos relativos a créditos suplementares sem aval do Congresso e sobre as chamadas pedaladas fiscais, que são os objetos do pedido original de impeachment da presidente Dilma.