São Paulo - O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nesta sexta-feira a delação premiada do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal, que concordou em delatar um suposto esquema de corrupção na Petrobras em troca de redução da pena.
Zavascki já havia homologado a delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e, segundo a Agência Brasil, a homologação da delação de Youssef abre caminho para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, proponha denúncia contra políticos citados nos depoimentos e acusados de envolvimento no escândalo.
Políticos com mandato têm prerrogativa de foro e só podem ser julgados pelo Supremo, por isso a homologação por Zavascki, responsável pelo caso no STF, era necessária para validar o acordo.
Apesar da homologação dos dois acordos de Costa e Youssef, Janot só deve propor denúncia contra os políticos com foro privilegiado no ano que vem. O Judiciário entra em recesso de fim de ano a partir de segunda-feira.
Em depoimentos à Justiça Federal do Paraná, Costa e Youssef denunciaram um esquema de corrupção na Petrobras pelo qual empreiteiras formariam um cartel para obter contratos de obras da estatal com sobrepreço.
Parte desse sobrepreço seria repassado, de acordo com os depoimentos, a diretores da Petrobras, como Costa, a operadores do esquema, como Youssef, a partidos políticos e a políticos. Costa disse que PT, PP e PMDB recebiam dinheiro do esquema.
O Ministério Público Federal propôs e a Justiça Federal do Paraná aceitou denúncias contra 39 pessoas acusadas de envolvimento no esquema, entre elas Costa, Youssef, representantes de empreiteiras e o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
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1. 2014 problemático
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1/11 (Galdieri/Bloomberg)
São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a
Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das
ações despencando e produção de
petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
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2. Investigação sobre propina
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2/11 (Sérgio Moraes/Reuters)
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3. Endividamento bilionário
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3/11 (REUTERS/Nacho Doce)
A captação de 8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo,
a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.
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4. Queda da produção
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4/11 (Pedro Lobo/Bloomberg News)
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5. Multa bilionária
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5/11 (REUTERS/Sergio Moraes)
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6. Ações despencaram
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6/11 (Alexandre Battibugli/EXAME)
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7. Valor de mercado menor
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7/11 (Dado Galdieri/Bloomberg)
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8. Preço do dólar divergente
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8/11 (Bruno Domingos/Reuters)
Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
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9. Preço do combustível
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9/11 (Divulgação/Petrobras)
A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico reajuste no preço do combustível.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.
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10. Independência do governo
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10/11 (Francois Lenoir/Reuters)
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11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país
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11/11 (AGÊNCIA BRASIL)