Fundo Amazônia: STF determina reativação (Governo Federal/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de novembro de 2022 às 16h54.
Última atualização em 3 de novembro de 2022 às 17h42.
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou nesta quinta-feira, 3, por maioria, que o governo federal reative o Fundo Amazônia em até 60 dias. Os ministros seguiram a relatora, ministra Rosa Weber. A única exceção foi o ministro Kássio Nunes Marques, que divergiu mas teve o voto vencido.
A ação foi ajuizada pelo PSB, PSOL, PT e Rede contra a União por falta de destinação de verbas para preservar a Amazônia. Os partidos alegaram que a União está deixando de destinar R$ 1,5 bilhão, já em conta, a projetos ambientais.
A omissão do governo em relação ao Fundo Amazônia já estava na chamada "pauta verde" — pacote de sete processos envolvendo meio ambiente que o STF começou a julgar em março, ainda na presidência do ministro Luiz Fux.
O Fundo Amazônia foi criado em 2008 e tem como objetivo financiar projetos de combate ao desmatamento e preservação na Amazônia Legal.
O fundo foi paralisado em 2019 após o governo federal extinguir o Comitê Técnico e o Comitê Orientador. A falta de estrutura na governança do fundo fez com que ele perdesse dois de seus principais doadores — a Noruega e a Alemanha —, que condicionaram a retomada do financiamento à redução dos índices de desmatamento.
Um relatório de junho da Controladoria-Geral da União (CGU) mostrou que a paralisação do Fundo Amazônia já impediu o recebimento de cerca de R$ 20 bilhões para fomentar ações de controle do desmatamento e outros investimentos no bioma.
As legendas pediram que o STF determine que a União tome as medidas necessárias para reativar o funcionamento do fundo, efetue o repasse de recursos a projetos já aprovados e avalie os projetos em análise. Pediram, ainda, que a União se abstenha de usar os recursos do fundo para outros fins.
Após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Noruega anunciou que destravará o repasse de recursos. O país nórdico era responsável por 91% doações, seguida pela Alemanha (5,7%) e Petrobras (0,5%). A Alemanha também declarou estar pronta para retomar o financiamento.
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