Brasil

STF arquiva inquérito contra deputado federal Paes Landim

Inquérito foi instaurado a partir de declarações da Odebrecht que afirmam que deputado procurou colaboradores pedindo que realizassem doações para campanha

Paes Landim: "É um absurdo o que aconteceu. Graças a Deus foi superada (essa questão) e vou dormir mais tranquilo. A Lava Jato deve ser prestigiada." (Renato Araújo/Câmara dos Deputados/Reprodução)

Paes Landim: "É um absurdo o que aconteceu. Graças a Deus foi superada (essa questão) e vou dormir mais tranquilo. A Lava Jato deve ser prestigiada." (Renato Araújo/Câmara dos Deputados/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de junho de 2018 às 19h03.

Brasília - A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e arquivou o inquérito que investiga suposto crime de falsidade ideológica eleitoral envolvendo o deputado federal José Francisco Paes Landim (PTB-PI).

O inquérito foi instaurado a partir das declarações dos colaboradores da Odebrecht José Carvalho Filho e Cláudio Melo Filho. De acordo com as informações prestadas, o deputado procurou os colaboradores em 2010 e 2014 pedindo que realizassem doações para sua campanha eleitoral.

Melo Filho declarou que o congressista teria recebido R$ 1 milhão em 2010 de forma não contabilizada, por meio do Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propina da empreiteira. Segundo ele, o objetivo era "gerar crédito para eventual necessidade futura", tendo em vista que o parlamentar tinha "longa relação com a empresa estando já no seu oitavo mandato como Deputado Federal".

No pleito de 2014, o congressista teria recebido R$ 80 mil reais, pagos em duas parcelas, por meio de doação eleitoral oficial, sendo uma entregue ao Diretório Estadual do PTB e outra diretamente ao deputado.

De acordo com a procuradora-geral, após as diligências realizadas não restaram elementos que pudessem configurar crime de falsidade ideológica eleitoral. "Como destacou a autoridade policial, as doações oriundas do Grupo Odebrecht à campanha do Deputado Federal Paes Landim, no pleito de 2014, foram oficialmente registradas na prestação de contas à justiça eleitoral. Não há, por ora, base fática, para continuidade das investigações", concluiu.

"Nessa esteira, estando, na espécie, a Procuradora-Geral da República a sustentar que não há base fática para continuidade das investigações, impõe-se o arquivamento requerido, inexistindo excepcionalidade que justifique sindicalizar a opinio delicti do titular da ação penal", determinou a ministra Rosa Weber.

À reportagem, o deputado disse estar aliviado com a decisão. "É um absurdo o que aconteceu. Graças a Deus foi superada (essa questão) e vou dormir mais tranquilo. A Lava Jato deve ser prestigiada."

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoNovonor (ex-Odebrecht)Operação Lava JatoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Após 99, Uber volta a oferecer serviço de mototáxi em SP

Após prever reforma ministerial até dia 21, Rui Costa diz que Lula ainda começará conversas

Fuvest antecipa divulgação da lista de aprovados na 1ª chamada do vestibular para esta quarta

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas