Leitos: São Paulo mais dobrou a capacidade de atendimento em UTI desde o início da pandemia. (Rodrigo Capote/Bloomberg/Getty Images)
João Pedro Caleiro
Publicado em 15 de junho de 2020 às 15h37.
Última atualização em 15 de junho de 2020 às 15h52.
O estado de São Paulo pode chegar a um total de 18 mil mortes e 290 mil casos da covid-19 até o fim de junho. A previsão foi feita pelo Centro de Contingência para o coronavírus do governo do estado e divulgada nesta segunda-feira, 15.
O número inicial era de até 20 mil óbitos e 265 mil casos em São Paulo, mas a mudança na evolução da pandemia nas últimas semanas fez o governo revisar o panorama.
"Este número de óbitos talvez esteja chegando em uma estabilização e esperamos que ele comece a cair. Os casos aumentam porque estamos testando mais. E nós temos espaço para absorver qualquer segunda onda que possa vir a ocorrer", disse Carlos Carvalho, diretor do Centro de Contingência, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
Segundo ele, na última semana, São Paulo registrou 1.523 mortes por covid-19. Na semana anterior, foram 1.526.
Ainda de acordo com os dados do governo, a taxa de crescimento semanal do número de óbitos teve uma desaceleração. Há pouco mais de um mês, a evolução dos óbitos nesta base era de cerca de 30%. Este valor foi de 16,81% no último balanço.
O estado tem um total de 10.767 vítimas e 181.460 novos casos confirmados de coronavírus, segundo Secretaria da Saúde.
As medidas de isolamento social também deram tempo para que o estado se preparasse para atender as vítimas. No início da pandemia, São Paulo tinha uma capacidade instalada de 3.500 leitos de UTI, só para atender infectados pelo coronavírus. O total atual de leitos é de 7.610 leitos, mais que o dobro. Hoje a ocupação dos leitos de UTI no estado é de 70% e de 77% da grande São Paulo.
No começo de maio, a ocupação chegou a ficar em 90% na região metropolitana e perto dos 80% no estado.
Começaram a valer a partir desta segunda-feira, as novas fases da quarentena estabelecidas pelo governo do estado. Toda a região metropolitana, Baixada Santista e Vale do Ribeira estão na fase 2, em que é possível abrir o comércio de rua e shoppings, respeitando a capacidade de 20% e medidas de higiene, como o uso de álcool em gel e de máscaras.
No entanto, as regiões de Presidente Prudente, Barretos e Ribeirão Preto voltam para a fase 1 do plano, que libera apenas os serviços essenciais.
Já as regiões de Araraquara e Bauru, que estavam na fase 3 do plano, voltam para a fase 2. Nesse caso, bares, restaurantes, salões de beleza e barbearias que haviam sido autorizados a reabrir, com restrições, fecham novamente.