A reforma atingirá principalmente os 2º e 3º anos do ensino médio. No currículo flexível, o aluno escolherá matérias optativas, como Teatro ou idiomas (Divulgação/ Secretaria de Educação MS)
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2015 às 09h28.
São Paulo - A Secretaria da Educação do Estado (SEE) pretende iniciar a adoção do novo currículo do ensino médio em escolas da periferia. A reforma deve ser gradual - começará em 2016 em um número pequeno de unidades, para depois avançar na rede.
A ideia é transformar grande parte do curso em disciplinas optativas, de forma que o aluno monte sua própria grade, como revelou o Estado neste mês.
Antes de ser posta em prática, a proposta será enviada em agosto para o Conselho Estadual de Educação. Depois que regiões prioritárias forem definidas, escolas interessadas poderão aderir.
A reforma atingirá principalmente os 2º e 3º anos do ensino médio. No currículo flexível, o aluno escolherá matérias optativas, como Teatro ou idiomas.
"Estamos optando por aquelas (escolas) que têm maiores dificuldades. Se as outras estão indo bem, dentro do contexto proposto, vamos deixar que elas caminhem. Se tivermos um ganho (com o novo currículo), apresentamos às demais", disse para a reportagem que a secretária adjunta da Educação, Cleide Bochixio.
Segundo ela, começar em unidades da periferia da capital e da Grande São Paulo não ameaça a continuidade da reforma no futuro. Na escolha, a SEE vai priorizar escolas com baixos resultados do Idesp, indicador de qualidade de ensino da rede.
Pesquisas mostram que o nível socioeconômico das famílias ou das regiões onde ficam as escolas é determinante para o desempenho dos estudantes e as taxas de abandono.
Haverá seminários com diretores, professores, alunos e famílias para explicar e ajustar o novo modelo. Disciplinas básicas - como Matemática e Português - serão mantidas para todos, segundo Cleide.
Milena Santos, de 17 anos, gosta da mudança. "Ajuda a aumentar o interesse dos alunos", diz ela, do 3.º ano de uma escola estadual do Jardim Peri, na zona norte. Para a jovem, o desafio é dar estrutura para que o modelo funcione. "Nem sempre essas escolas (de periferia) têm as melhores condições."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.