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SP proíbe criação animais para extração de pele

A lei visa a preservar os animais usados na indústria de casacos e acessórios, como coelhos, raposas e, principalmente, chinchilas

Chinchila: o Brasil é um dos maiores produtores e o segundo maior exportador de peles de chinchila do mundo (Salix/WikimediaCommons)

Chinchila: o Brasil é um dos maiores produtores e o segundo maior exportador de peles de chinchila do mundo (Salix/WikimediaCommons)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2014 às 11h20.

São Paulo - O governador Geraldo Alckmin sancionou nesta terça-feira, 28, projeto de lei que proíbe no Estado a criação e manutenção de animais com o finalidade exclusiva de extração de peles.

Aprovado no dia 17 de setembro na Assembleia estadual, o Projeto de Lei 616, de autoria do deputado Feliciano Filho (PEN), só dependia da sanção do governador.

A lei visa a preservar os animais usados na indústria de casacos e acessórios, como coelhos, raposas, visons, texugos, focas, coiotes, esquilos e, principalmente, chinchilas.

O Brasil é um dos maiores produtores e o segundo maior exportador de peles de chinchila do mundo, atrás apenas da Argentina.

No dia 12 de outubro, o dono de um criadouro de chinchilas em São Paulo, Carlos Perez, havia afirmado ao jornal Folha de S.Paulo que "30 mil chinchilas vão morrer por causa dessa lei". Na semana passada, um grupo de ativistas invadiu o criadouro de Perez em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, e levou cerca de cem animais.

Perez disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que seu negócio de peles está sendo tocado pelos filhos em Mato Grosso e que em São Paulo restam apenas chinchilas de outros proprietários que buscam cruzá-las com o único objetivo de tê-las como animais de estimação.

Assim, segundo ele, as chinchilas levadas pelos ativistas não eram criadas para extrair as peles e a maioria estava prenha. "Não temos mais criação de chinchilas em Itapecerica há cerca de dois anos", explica.

Perez ressalta que, quando os ativistas invadiram sua propriedade, havia cerca de 150 chinchilas no local. Com a abertura das gaiolas pela Frente de Libertação Animal (FLA), que são mantidas a 21°C, as chinchilas que não foram levadas saíram para a rua e morreram de calor ou mordidas por cachorros.

"Só achamos 33 vivas, o resto ou foi levado ou morreu. Eles tentaram libertá-las mas acabaram matando-as. Se dizem salvadores da pátria, é mentira".

O proprietário afirmou estar resignado com a sanção da lei. "Procuraremos outros caminhos. A lei está aqui para ser cumprida. Teremos que fazer reuniões com os criadores agora", diz Perez.

Associação

A diretoria da Associação Brasileira de Criadores de Chinchilas (Achila), da qual Carlos Perez faz parte, se manifestou, em nota, "visceralmente contra" o projeto de lei.

"Vai desempregar milhares de paulistanos e acabar com uma indústria que possui meio século de história no Estado. Tudo isto, com justificativa totalmente equivocada e mentirosa, baseada em falsos maus tratos que as chinchilas estariam sofrendo", diz a nota.

E confirmou que os animais vão morrer: "Todas as milhares de chinchilas em reprodução e seus filhotes terão que ser sacrificados ou morrerão de fome por falta de recursos para sua manutenção em um período não maior que 60 dias".

Segundo a associação, a criação de chinchilas é regulamentada pelas Associações Estaduais, a Nacional e o Conselho Mundial de Chinchilas, que orientam e fiscalizam o bem estar dos animais. Ainda, que não existe maus-tratos e que toda a carne é aproveitada para a alimentação dos criadores.

Mercado. O responsável pela introdução da indústria de chinchilas no País foi o próprio Perez, que nasceu na Argentina em meio a uma criação familiar desses animais. A maior parte da produção vai para a China. São Paulo é o segundo estado produtor em quantidade e tem hoje 600 criadores.

Um casaco na altura dos joelhos consome pele de 200 chinchilas, em média, conforme Perez já declarou - e pode custar R$ 70 mil. Já o valor de uma pele é de U$S 60, em média.

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