Desabrigados: mais de 28 mil famílias estão recebendo auxílio aluguel na cidade de São Paulo, segundo a prefeitura (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 4 de junho de 2018 às 21h34.
Última atualização em 4 de junho de 2018 às 22h13.
A prefeitura de São Paulo, junto ao governo do estado e à União, avalia a possibilidade de construir um conjunto habitacional popular no local em que ficava o edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou no dia 1º de maio após um incêndio, deixando cerca de 120 famílias desabrigadas. A construção ficava no Largo do Paissandu, tinha 24 andares e era um dos 70 prédios ocupados do centro da cidade.
De acordo com a prefeitura, as famílias a serem beneficiadas com o empreendimento no espaço serão definidas após as tratativas e início das obras. Segundo dados do município, atualmente mais de 28 mil famílias estão recebendo auxílio aluguel, removidas de áreas de risco, frente de obras públicas ou por determinação judicial e estão aguardando atendimento habitacional definitivo.
Outras 110 mil famílias estão cadastradas nos programas habitacionais e também esperam atendimento. A secretaria de habitação tem um plano de metas que prevê a entrega de 25 mil moradias até 2020 para enfrentar um deficit habitacional de mais de 360 mil imóveis, segundo estimativa divulgada pelo secretário de habitação, Fernando Chucre, na ocasião do desabamento.
Após o desabamento no Largo do Paissandu, a prefeitura anunciou a vistoria de prédios ocupados na região central da cidade. Até o momento, a visita ocorreu em 30 ocupações por uma força-tarefa composta por três equipes, com representantes de sete secretarias e movimentos de moradia. De acordo com a prefeitura, o objetivo das visitas é identificar formas de eliminar ou mitigar eventuais riscos encontrados nos imóveis.
Ao todo, devem ocorrer visitas em 43 edifícios. Da relação inicial divulgada pela prefeitura, de 70 ocupações existentes no centro da cidade, o grupo de trabalho considerou apenas imóveis edificados com mais de 4 pavimentos para realizar as visitas. As ocupações em áreas menores ou com reintegração de posse agendada foram desconsideradas nessa primeira etapa, informou o município.
Em resposta à determinação da Justiça Federal do dia 23 de maio, a prefeitura instalou, na última sexta-feira (1º), 10 banheiros químicos no Largo do Paissandu. A instalação deveria ocorrer em até 48 horas após a decisão, mas teve atraso de quase uma semana. De acordo com a prefeitura, o atraso ocorreu devido aos bloqueios nas estradas em função da greve dos caminhoneiros.
A Defensoria Pública do estado de São Paulo e da União, autoras da ação civil pública contra o município, o estado e a União, tinham pedido, além dos banheiros químicos, que fosse fornecido imóvel adequado para abrigar as famílias vítimas do desabamento, pagamento de auxílio-moradia por tempo indeterminado até a entrega de atendimento habitacional definitivo, oferecimento dos itens de necessidade básica às famílias acampadas no Largo do Paissandu e que não houvesse remoções forçadas no local. No entanto, as demandas não foram contempladas na decisão judicial, que apenas determinou a realização de uma audiência de conciliação no próximo dia 13 de junho, às 15h.