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SP lança concorrência de R$ 70 bi para sistema de ônibus

Companhias da China, dos Estados Unidos e da Inglaterra já haviam demonstrado interesse em participar da disputa


	Fernando Haddad, prefeito de São Paulo: a concorrência é a maior da história do País no setor de transporte público
 (Cesar Ogata/Prefeitura)

Fernando Haddad, prefeito de São Paulo: a concorrência é a maior da história do País no setor de transporte público (Cesar Ogata/Prefeitura)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2015 às 08h38.

São Paulo - A gestão Fernando Haddad (PT) publicou na quarta-feira, 8, a minuta do edital da licitação da concessão dos ônibus da capital e estimou em R$ 70 bilhões o valor total dos contratos para os próximos 20 anos, renováveis por igual período.

A cidade será dividida em 23 lotes. A concorrência é a maior da história do País no setor de transporte público.

O texto publicado no portal da São Paulo Transporte (SPTrans) para consulta pública na internet traz mudanças em relação ao que vinha sendo prometido por Haddad desde 2013, quando a licitação foi adiada.

Empresários estrangeiros, por exemplo, só poderão participar da disputa caso se associem a empresários brasileiros.

Companhias da China, dos Estados Unidos e da Inglaterra já haviam demonstrado interesse em participar da disputa. Segundo a Prefeitura, caso elas ainda queiram participar, terão de seguir critérios de uma lei da gestão Marta Suplicy (sem partido) que regulamenta o transporte da cidade e impede a presença de estrangeiros no setor.

A reportagem questionou a Secretaria Municipal de Transportes sobre o recuo e pediu entrevista com o titular da pasta, Jilmar Tatto, mas não obteve resposta sobre o motivo da mudança.

Outro ponto trazido pelos textos é a exigência de as empresas interessadas terem garagens próprias para operar o serviço. Se não tiverem, diz o edital, elas deverão de adquirir terrenos ou pagar uma contraprestação à Prefeitura para usar áreas públicas.

O teor é diferente do que a Prefeitura havia anunciado. Em fevereiro, Haddad publicou 12 decretos de desapropriação de terrenos usados pelas atuais garagens de ônibus - uma área, somada, de 433,2 mil metros quadrados.

"Imagina alguém que queira entrar com preços competitivos em São Paulo e se veja restringido a participar em função da falta de pátio de estacionamento. Não é razoável. Se o edital publicado der a segurança de que, se ele vier com preço melhor, o poder público vai oferecer o pátio a ele, isso vai favorecer a concorrência", disse Haddad, na época dos decretos.

Agora, por outro lado, a Secretaria de Transportes diz, por nota, que "as empresas que vencerem a concorrência e que não possuírem garagens terão a garantia do poder concedente de disponibilidade onerosa desses equipamentos".

O edital não diz quais serão os valores desse "aluguel" dos espaços das garagens - uma dificuldade para a composição do cálculo dos custos das empresas que devem participar.

Preço

A licitação determina que serão escolhidas as empresas que pedirem menor preço de repasse por passageiro. Em cada um dos lotes, há um preço máximo que a Prefeitura está disposta a pagar (varia de R$ 1,73 a R$ 3,57, de acordo com o lote de atuação).

Conforme a Prefeitura já havia anunciado, a remuneração das empresas vai levar em conta se os ônibus vão sair nos horários programados e a qualidade dos veículos.

Ônibus com mais de dez anos em circulação continuam vetados na frota municipal. Todos os veículos terão internet Wi-Fi.

A frota de ônibus deve perder mil veículos, totalizando cerca de 14 mil unidades, o que vai reduzir os custos da operação. Pelo plano, a Prefeitura espera compensar a redução com o aumento de partidas dos coletivos, fazendo os veículos restantes rodarem mais vezes ao longo do dia.

Prazos

A minuta do edital não diz quando ele será de fato lançado nem qual será a data em que os envelopes com as propostas serão abertos.

A expectativa da Prefeitura é de que, com eventuais questionamentos judiciais dos concorrentes e dos órgãos de controle municipais, o processo só seja de fato concluído no fim do próximo ano. Os contratos atuais, que vencem na próxima semana, terão de ser aditados outra vez.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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